O projecto de execução da exposição surgiu da necessidade de interação entre os intervenientes do projecto, as comunidades artísticas de diferentes lugares e a região do Algarve. Onde um dos seus principais objetivos é a reunião de pessoas – artistas locais, nacionais, internacionais, jovens, no meio de carreira, desconhecidos ou estabelecidos – e a exploração das relações entre artistas na sua unidade ou contradições.
Pretende-se assim apresentar ideias e experiências subjetivas, individuais e despreocupadas, mas sempre comprometidas com o pensamento contemporâneo e com o conceito polissémico de lugar, ou seja, o seu lugar e o lugar dos outros.
Urge desta iniciativa, através da sua dinâmica, a intenção de causar um impacto descentralizador para que se possam abrir novos caminhos de difusão da arte.
O interesse de Bruno Grilo e Luís Marques no desenvolvimento deste projecto prende-se primeiramente à singularidade do discurso que a obra dos artistas convidados propõe, assim como à consistência e desenvolvimento das práticas artísticas em si, que Bruno e Luís valorizam e acompanham há já algum tempo.
Sobre a Associação 289, sediada às portas de Faro, define-se como um lugar que reflete a vontade de um grupo de artistas em criar um espaço inteiramente dedicado à arte contemporânea. Um lugar único e misterioso, uma antiga casa de lavoura que devido à sua longa história conta com alguns desafios e aos quais se deve ter em atenção na escolha das obras pretendidas para a exposição.
Neste sentido os artistas convidados dispuseram de um espaço de recepção para trabalho(s) de carácter mais experimental e despreocupado, permitindo assim a afirmação do projecto segundo princípios de informalidade mas que, no entanto, se expresse através de uma cultura expositiva forte como pretendido.
O convite a estes artistas, ao partir do interesse pelas suas pesquisas de trabalho artístico, lança de facto a proposta e a liberdade de escolha para um certo tipo de obras mais experimentais que, pelas suas características, não seriam facilmente canalizadas nos circuitos galerísticos nem contempladas nos programas institucionais. Esta intenção está relacionada com a forma de como está organizado o sistema artístico, que é muitas vezes elitista, conservador, desfazado no tempo e no espaço, e muitas vezes com um olhar pouco atento para as periferias. Um Lugar, Depois o Outro.