De 26 a 29 de março acontece a 5.ª edição do Som Riscado – Festival de Música e Imagem de Loulé,

uma iniciativa do Município de Loulé através do Cineteatro Louletano, num conceito e abordagem artísticos sem paralelo a sul do país.

Mais uma vez, a programação é arrojada e inovadora, e assenta quer em diálogos experimentais entre música e imagem, quer em novas abordagens exploratórias em torno do som/arte sonora, procurando não só chegar a um público mais generalista como também a franjas mais segmentadas (nichos) e minorias de destinatários com outros gostos, interesses e motivações menos alinhados com o mainstream.

A programação inclui vários nomes nacionais de referência na área da música experimental, como Surma (prevê-se não só novos arranjos para temas já conhecidos como ainda a apresentação, em pré-estreia nacional, de alguns temas do novo disco), Joana Gama, Luís Fernandes e Drumming GP (estes três junto ao artista visual Pedro Maia, sediado em Berlim, num espetáculo de grande impacto, em estreia a sul, que abre o festival no dia 26), para além da dupla Frankie Chavez & Peixe com o projeto «Miramar», considerado pela prestigiada revista Blitz o terceiro melhor disco nacional de 2019.

Rumam ainda a Loulé outros criadores e estruturas que têm desenvolvido um trabalho de grande qualidade, reconhecido em Portugal e internacionalmente, no campo da investigação e experimentação sonoras, como Victor Gama – uma referência mundial neste domínio, pela primeira vez no Algarve, aqui com uma proposta que revisita as pertinentes temáticas nuclear e ecológica –, a Sonoscopia (Porto) e a Companhia de Música Teatral (Lisboa).

A componente da encomenda volta a ser privilegiada nesta programação emanada do Cineteatro Louletano, com a participação de vários artistas e estruturas de ensino sediados no Algarve, a quem o festival lançou o desafio criativo de conceberem a componente visual de alguns reconhecidos músicos nacionais: casos da dupla Camille Leon (nome artístico de Joana Gomes) e Inês Barracha que vão trabalhar com Surma; e dos alunos do curso de Imagem Animada da Escola Superior de Educação e Comunicação (ESEC) da Universidade do Algarve que vão colaborar com quatro bandas algarvias, designadamente 2143, Heroin Holiday Big Band, Kilavra e Mateus Verde, numa curadoria do Caribe Ibérico/Miguel Neto. Estes alunos usufruíram ainda, desde outubro de 2019, de uma formação contínua na área da Imagem com Rodrigo Carvalho e Miguel Neto do projeto Boris Chimp 504.

O Som Riscado também vai proporcionar um encontro inédito entre Victor Gama, acompanhado de Salomé Pais Matos, e um ensemble da Orquestra Clássica do Sul dirigido pelo Maestro Rui Pinheiro num espetáculo multimédia, ‘Vela 6911’, que já foi apresentado nalgumas das principais salas a nível mundial.

O investimento no estímulo, valorização e promoção de artistas sediados no concelho de Loulé e na região espelha-se também na estreia a sul do novo live audiovisual do projeto Boris Chimp 504 e na estreia nacional do primeiro disco, «Lugar nenhum», da Grafonola Voadora & Napoleão Mira, trabalho este apoiado pelo Município de Loulé.

O envolvimento da comunidade escolar volta a ser uma tónica, quer com a realização da já aludida encomenda aos alunos de Imagem Animada da Universidade do Algarve, quer com uma forte aposta na dimensão formativa que vai destinar-se não só aos profissionais da área e ao público em geral, como também aos alunos do ensino secundário das escolas do concelho (Loulé e Quarteira) e aos alunos da Universidade do Algarve e da ETIC_Algarve, numa estreita articulação com estas entidades que são parceiras do festival.

 Nesta medida, a Sonoscopia, Victor Gama, Rodrigo Carvalho (do projecto Boris Chimp 504) e a Companhia de Música Teatral dinamizarão ao longo do festival vários workshops nas áreas da música e do som experimentais.

Por outro lado, no primeiro dia oficial do festival o coletivo composto pelos Drumming GP com Joana Gama, Luís Fernandes e Pedro Maia vai apresentar uma versão comentada, especialmente dirigida à comunidade escolar, do espetáculo «Textures & Lines», o qual abre, nessa mesma noite, a série de concertos do Som Riscado.

Está previsto ainda uma talk, no dia zero do festival (25 de março), como aconteceu em 2019, que, moderada pelo reconhecido crítico Rui Miguel Abreu (Rimas e Batidas), junta vários dos protagonistas do mesmo numa conversa informal em torno do universo experimental e das relações entre música e imagem, a qual serve sobretudo como aperitivo para toda a programação performativa que se segue.

As crianças e jovens, bem como as famílias, também não são esquecidas, estando previstas três instalações sonoras interativas em permanência ao longo do festival na cidade de Loulé: a «Phobos – Orquestra Robótica Disfuncional», da Sonoscopia, no Auditório do Convento do Espírito Santo; o «Pianoscópio», da Companhia de Música Teatral, no Auditório da Escola Secundária de Loulé; e a «Acruxon», de Victor Gama, no Palácio Gama Lobo.

O programa integral do Festival Som Riscado encontra-se disponível no website e página de Facebook do Cineteatro Louletano, e os bilhetes encontram-se à venda nas receções do Cineteatro e do Auditório do Solar da Música Nova, locais aderentes (Fnac, Worten, CTT e outros) e online em www.bol.pt

O festival conta com os seguintes parceiros institucionais: Universidade do Algarve (ESEC, FCHS e CIAC), Escola Secundária de Loulé, Escola Secundária de Quarteira, ETIC_Algarve e Loulé Criativo, tendo como media partners a RTP, Antena 1, Antena 3, Rimas e Batidas, RUA FM, Algarve Informativo e Barlavento.

A autoria da identidade visual/imagem do festival Som Riscado está a cargo, desde 2019, do designer Hugo Silva em parceria com a criativa Andreia Pintassilgo, ambos colaboradores da Câmara Municipal de Loulé.

Por: CM Loulé