Famílias com rendimentos medianos já não conseguem obter um crédito para comprar casa de valor médio, conclui.

Ao analisar o estado da habitação em Portugal, o Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu que as famílias portuguesas sentem cada vez mais dificuldade em comprar casa, muito por culpa da falta de oferta e dos preços das casas, que não param de subir. Em resultado, metade dos agregados familiares deixou mesmo de conseguir comprar casa de valor médio.

“Desde 2023, uma família de rendimento mediano já não consegue um empréstimo para comprar uma casa de valor médio", conclui FMI na análise feita a Portugal que foi publicada esta quarta-feira, dia 2 de outubro. E diz ainda que, no segundo trimestre de 2023, seria preciso um salário mediano e meio para uma família conseguir contratar um crédito habitação para comprar uma casa de preço médio, escreve o Jornal de Negócios.

Por detrás da deterioração da acessibilidade da habitação em Portugal está, sobretudo, a subida dos preços das casas, que mais do que duplicaram entre 2015 e o último trimestre de 2023 (subiram muito mais que a média da zona euro, de 42%).

subida dos preços das casas deve-se não só à alta procura por parte dos residentes no país. Segundo diz o FMI, "este aumento reflete provavelmente a procura de casas de luxo promovida pelo programa dos vistos gold e a conversão de fogos de habitação em alojamento local, ao mesmo tempo que a oferta não respondeu", cita o mesmo jornal.

Sobre o futuro, o FMI avisa que é preciso continuar a monitorizar o imobiliário em Portugal, porque se "os preços da habitação a continuarem a subir, a acessibilidade deteriora-se ainda mais".

 

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