IHRU já recebeu quase 2.000 pedidos de empréstimos para apoio no pagamento das rendas devido à pandemia.

O Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) já recebeu quase 2.000 pedidos de empréstimos para apoio no pagamento das rendas devido à pandemia, mas a ajuda só chegou, até agora, a cerca de 500 famílias. Do total de pedidos, quase 700 foram devolvidos por falta de documentação. Os presidentes das associações de inquilinos e senhorios estranham a escassa procura.

O apoio às rendas do IHRU entrou em vigor em abril. Trata-se de regime de apoios aos inquilinos e senhorios com quebra de rendimentos que contempla a concessão de empréstimos, sem juros e com início de reembolso em janeiro de 2021, sem prejuízo da garantia de um período de carência mínimo de seis meses por parte do IHRU. A versão inicial da medida previa que esta vigorasse durante o estado de emergência e mês subsequente, mas, em maio, o Parlamento aprovou uma proposta do Governo que prolonga até setembro os empréstimos concedidos pelo entidade.

Isabel Dias, presidente do IHRU, disse recentemente durante uma audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, citada pela Lusa, que os pedidos estão a ser analisados manualmente pelos funcionários do instituto, insuficientes para dar resposta ao número de pedidos que, muitas vezes, chegam incompletos. Até ao momento, e dos 1.896 pedidos recebidos, apenas foram concedidos 479 empréstimos e rejeitados “liminarmente por falta de elementos” 16 processos, alguns “porque não tinham sequer a identificação que permitisse chegar às pessoas”. Outros 700 foram devolvidos por falta de documentos, tal como escreve o Público. 

Associações estranham número reduzido de pedidos

Quer a Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), quer a Associação de Inquilinos Lisbonenses (AIL), ouvidos pelo Público, estranham o número reduzido de processos. “Nós temos pedido sempre aos senhorios para falar desta linha aos inquilinos. Seria uma boa solução para todos. Infelizmente não está a ter adesão”, afirma Iolanda Gávea, da ALP, lamentando que esta linha não se estenda aos arrendatários de contratos não habitacionais. “Há muitos senhorios que estão a perder rendimentos”, refere.

Romão Lavadinho diz que “não percebe” como é que há tão poucos processos no IHRU. “Não sei se os inquilinos fizeram acordos com o senhorio, se acham que vão conseguir pagar depois. Estamos muito preocupados. O importante era que já se estivesse a fazer uma revisão na lei das rendas. Tenho muito medo do que aí vem [quando forem levantadas as medidas de mitigação da pandemia]”, salienta o responsável, citado pela mesma publicação.

 

Por: Idealista