A habitação continua a consumir grande parte do rendimento familiar de quem vive em Portugal, refletindo as dificuldades que muitas famílias enfrentam para arrendar ou comprar casa. Apenas algumas cidades do país registam um menor nível de pressão, demonstrando que o mercado imobiliário nacional permanece desafiante e a necessitar de respostas, nomeadamente, com maior oferta. Em concreto, o esforço financeiro exigido para arrendar uma casa em Portugal continua elevado, situando-se em 83% no terceiro trimestre de 2025. Já na compra de habitação, a taxa de esforço nacional fixou-se nos 70%, segundo uma análise do idealista, marketplace líder no sul da Europa.
Taxa de esforço no arrendamento sobe no Funchal
Das 20 cidades analisadas, as famílias enfrentam maiores dificuldades para arrendar casa no Funchal, com uma taxa de esforço de 100%, em Faro de 93% e Lisboa de 83%.
Entre os maiores aumentos destacam-se ainda, o Porto (69%), Setúbal (64%), Viana do Castelo (58%), Aveiro (55%), Braga (54%), Évora (53%), Santarém (53%), Ponta Delgada (52%), Leiria (51%), Coimbra (45%), Viseu (45%) e Vila Real (42%).
Por outro lado, as rendas pesam menos no rendimento das famílias em Bragança (39%), Beja (37%) e Castelo Branco (37%). As únicas cidades com taxas próximas ou inferiores ao limite recomendado de 33% são Portalegre (34%) e Guarda (32%).
Compra de casa: Norte e Alentejo sente menos esforço
A percentagem do rendimento familiar destinada à compra de uma casa com recurso a crédito habitação aumentou em várias capitais de distrito no terceiro trimestre de 2025.
No terceiro trimestre de 2025, as cidades com maior taxa de esforço na compra de habitação foram Lisboa (111%), Funchal (99%) e Faro (93%), seguidas por Aveiro (76%), Porto (69%), Ponta Delgada (62%), Viana do Castelo (60%), Braga (58%), Setúbal (58%), Coimbra (53%), Leiria (52%), Viseu (47%), Évora (46%) e Santarém (38%).
Entre as cidades onde é possível comprar casa com menor esforço financeiro, abaixo do limite recomendado de 33%, destacam-se Guarda (18%), Castelo Branco (18%), Portalegre (20%), Bragança (21%), Beja (27%) e Vila Real (28%).
Metodologia
O idealista analisou a evolução das taxas de esforço entre o segundo trimestre de 2025 e o terceiro trimestre de 2025, tanto no mercado de compra como no de arrendamento.
A taxa de esforço é um indicador que mede o impacto do custo da habitação no poder de compra do agregado familiar. No caso do arrendamento, calcula-se a taxa de esforço como a percentagem anual do rendimento líquido médio do agregado familiar destinada ao pagamento do arrendamento de uma casa. Os valores de arrendamento são obtidos diretamente da fonte de dados do idealista, que disponibiliza preços para cada cidade. Por sua vez, os dados do rendimento líquido familiar são fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
No caso da compra de habitação, a taxa de esforço é calculada como a percentagem anual do rendimento líquido do agregado familiar destinada ao pagamento de um crédito habitação que segue características médias em termos de duração e taxa de juro. Recentemente, devido à descida nas taxas de juro, procedeu-se a uma atualização do cálculo com base nos dados publicados pelo Banco Central Europeu (BCE).
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