Estando oficialmente declarada a pandemia mundial pelo vírus Covid 19 pela Organização Mundial de Saúde, e acreditando que «demorará horas ou dias, a Fase de Mitigação (2.3)» de combate ao vírus

em função de transmissão local em ambiente fechado ou transmissão comunitária e em que já não será possível definir as cadeias de transmissão, segundo declarou hoje, quarta-feira, a Ministra da Saúde, o Hospital de Faro encontra-se ainda a  aplicar a fase Fase 2.2 , definida como de contenção alargada, relativa a casos secundários de transmissão na Europa e casos importados em Portugal sem cadeias secundário. 

A atuação médica, depois da triagem feita por enfermeiros, em casos suspeitos de COVID19 implica que médico Internista ligue para a Linha de Apoio ao Médico DGS para validação da suspeição e só depois de a DGS validar a suspeição será preenchida uma norma que está ainda em avaliação pelo Serviço de Informática, e que deverá ser enviada à DGS.

Só no fim destes passos iniciais de validação a DGS ativa o INEM, o Laboratório Regional de Análises do Algarve em lugar do Instituto Nacional de Saúde (INSA) e a Autoridade de Saúde Regional competente, que por sua vez ativará a Autoridade de Saúde Coordenadora, para iniciar a investigação epidemiológica e gestão de contactos. 

Os contactos próximos do doente deverão ser enviados à Autoridade de Saúde Coordenadora, via mail. Os doentes validados serão transportados (desde que minimamente estáveis) pelo INEM para os hospitais de referência, classificação que foi reconhecida na terça-feira ao Hospital de Faro. 

Perante esta morosa fase inicial, que envolve inúmeros atos clínicos e burocráticos, que é no entanto a recomendada pela Direção Geral de Saúde e pelos organismos internacionais de saúde, o deputado Rui Cristina considera que “as perguntas que enderecei à Ministra da Saúde na audição que decorreu na terça-feira no Parlamento, exigem, por maioria de razão, uma resposta urgente, e não as declarações vagas e sem qualquer utilidade obtidas”.

O deputado questionou a governante sobre “a capacidade da Administração do Hospital de Faro só com metade dos seus membros, com chefes de serviço e médicos graduados, a pedir a sua substituição, apontada na praça pública por pagar 566 horas de turnos num mês,- 11 mil euros- ao diretor das Urgências, em ter condições práticas para enfrentar uma crise epidemiológica, quando o Plano Nacional de Preparação e Resposta ao novo Coronavírus, considera os recursos humanos pilares essenciais”.

Perante o agravar do surto, “o Hospital de Faro, agora classificado como hospital de referência, tem recursos humanos suficientes?”, quis saber também o deputado.

Tendo em conta que foi declarado a 11 de Março mais um novo caso confirmado de COVID 19 em Portimão, por contaminação da professora da família de Portimão, que passou férias no norte de Itália, Rui Cristina pretendeu ser esclarecido sobre “o motivo  de a linha SNS24 ter indicado à adolescente dessa família, a quem foi diagnosticado o primeiro caso no Algarve de COVID 19 e à Mãe igualmente contaminada, que tivessem medidas de higiene, continuando a vida normal”. 

“O resultado, deste procedimento foi o encerramento das escolas, 1800 alunos sem aulas em Portimão, e a cidade em pânico. A quem pedir responsabilidades?”, questionou o parlamentar.. 

Finalmente, o deputado assinalou que “os 3 casos de suspeita de infeção por Covid 19 , atualmente no Hospital de Faro, foram enviados para a unidade hospitalar pública, pelos hospitais privados do Grupo HPA Saúde”. 

“No Plano Nacional de contingência não há diretrizes especificas referente ao relacionamento e processos de colaboração entre as unidades públicas e privadas, com exceção dos laboratórios de análises clinicas. Noutros países, já foi definida a participação dos privados a nível de camas, recursos humanos e farmacológicos. Em Portugal como vai ser?, interrogou ainda Rui Cristina.