A data será assinalada, mesmo em tempos de pandemia, mas lojas deverão prolongar as promoções durante vários dias para evitar ajuntamentos.

A Black Friday, ou «sexta-feira negra« dos descontos, acontece já daqui a um mês, a 27 de novembro de 2020. 

Mas este ano, a data será assinalada de maneira diferente, por causa da pandemia, com as lojas a terem de impôr regras e limites para evitar possíveis ajuntamentos e «corridas» aos espaços físicos.

Uma das soluções pode passar, por exemplo, por prolongar as promoções durante vários dias.

A ideia foi avançada pelo diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier, ao Jornal de Negócios.

O responsável explica que, apesar de não quererem «desperdiçar» o mediatismo da data, os retalhistas «não estão interessados» em motivar ajuntamentos, e que deverão por isso optar por «fazer campanhas mais dilatadas no tempo» e «transformar a Black Friday em vários ‘black days’».

Além disso, a associação garante que não vai promover «entre os associados quaisquer ações que impliquem idas massivas de clientes às lojas», mas admite que haverá promoções.

Não assinalar a data não seria uma opção, até porque o comércio foi um setores que mais sentiu os impactos negativos da pandemia, com a quebra de vendas a atingir diversos segmentos.

Mais dias de descontos para contornar a Covid-19

E há várias lojas que já estão a planear a data, e a preparar a baixa de preços com alguma antecedência. A FNAC, por exemplo, anunciou que «dadas as restrições de pessoas nas lojas, terá promoções antecipadas», de modo a evitar ajuntamentos e «filas demoradas», segundo as declarações de Inês Condeço, diretora de marketing em Portugal da FNAC, à mesma publicação.

Já a Worten optou apenas por abdicar dos eventos noturnos que, nos últimos anos, concentraram multidões nas lojas da meia-noite às duas da manhã.

No próximo dia 27 de novembro «os descontos vão existir em loja, tal como têm existido outras campanhas ao longo do ano, cumprindo as regras de segurança em vigor», segundo Inês Drummond Borges, diretora de marketing da Worten, garantindo, no entanto, que existe «um plano de contingência para cada loja, que será acionado em caso de necessidade».

Quer a APED, quer a Associação de Marcas de Restauração e Retalho (AMRR), apelam ao Governo para que as restrições à lotação das lojas sejam revistas - a ocupação máxima das lojas está limitada a 5 pessoas por 100 metros quadrados (m2).

 «O aumento do rácio de ocupação dos espaços comerciais é imperativo para o bom funcionamento das lojas e para uma melhor circulação dos clientes», diz Gonçalo Lobo Xavier, da APED, que propõe um aumento para oito pessoas por cada 100 m2, à semelhança do que já se faz noutros países.

 Miguel Pina Martins, presidente da AMRR, considera que essa «é a medida mais urgente neste momento», porque o cenário atual é de «filas à porta e espaço vazio nas lojas».

 

Por: Idealista