As autoridades portuguesas repatriaram ontem 1.015 cidadãos estrangeiros que estavam no navio de cruzeiros que acostou no domingo no porto de Lisboa, com um total de 1.338 passageiros a bordo, na sequência da pandemia da doença covid-19.

“Em quatro voos programados, dois para Frankfurt [Alemanha], um para Londres [Reino Unido] e outro para São Paulo [Brasil], saíram ao longo do dia de hoje (…) 1.015 dos passageiros” do navio de cruzeiros MSC Fantasia, afirmou o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

O governante falava aos jornalistas durante a conferência de imprensa depois da segunda reunião da Estrutura de Monitorização do estado de emergência, em Lisboa, tendo acrescentado que estão a ser desenvolvidos “todos os esforços” para que “novos voos se realizem” na quarta-feira.

O cruzeiro MSC Fantasia, proveniente do Brasil, acostou no domingo no porto de Lisboa com 1.338 passageiros a bordo, maioritariamente da União Europeia, Reino Unido, Brasil e Austrália.

Eduardo Cabrita reiterou que todos os passageiros estrangeiros saíram do navio com escolta policial e “sem qualquer contacto com a população”, para prevenir os riscos de disseminação da doença provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).

Dos 1.338 passageiros que estavam a bordo do navio, 27 cidadãos - 20 portugueses e sete titulares de autorização de residência em Portugal - desembarcaram na segunda-feira.

De acordo com uma nota do Ministério da Administração Interna, estes portugueses foram submetidos aos testes de despistagem do coronavírus SARS-CoV-2 e levados até ao respetivo domicílio, onde ficarão em isolamento profilático.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, avançou na segunda-feira que um dos passageiros portugueses que desembarcou no domingo testou positivo à covid-19.

Esta operação, que decorre em articulação com diversas embaixadas dos vários países, envolve a Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, a PSP, a Autoridade Nacional da Aviação Civil, a Direção-Geral da Saúde, a Polícia Marítima, a Autoridade Tributária e Aduaneira e a ANA - Aeroportos de Portugal.

O ministro da Administração Interna reiterou ainda que o repatriamento dos cidadãos europeus que estão retidos no Peru, 63 portugueses e 17 de outras nacionalidades, está inserido numa “operação apoiada pelo mecanismo europeu de Proteção Civil”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 18.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, há 33 mortes, mais 10 do que na véspera, e 2.362 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 302 novos casos em relação a segunda-feira (mais 14,7%).

Dos infetados, 203 estão internados, 48 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

Além disso, o Governo declarou dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos.

 

Por: Lusa