Oitenta por cento dos profissionais de saúde infetados com o novo coronavírus, em Portugal, já recuperaram, disse hoje, em Lisboa, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales.

“De todas as pessoas internadas, desde o início da pandemia, infetadas com SARS-CoV2 (em março), 10% necessitaram de cuidados intensivos”, afirmou Lacerda Sales, referindo que esta proporção foi mais elevada em pessoas entre os 40 e os 80 anos, variando entre os 14% e os 21%.

A percentagem de doentes internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) foi mais elevada em março, atingindo 18%, e estabilizou nos meses seguintes, rondando os 10%, de acordo com o governante.

Durante a conferência de imprensa destinada a atualizar a informação relativa à pandemia de covid-19, o secretário de Estado defendeu que a vacinação contra a gripe é uma das componentes na batalha contra a doença.

“Estamos empenhados em garantir a maior cobertura vacinal de sempre em Portugal, por forma a minimizar a coexistência de gripe sazonal e covid-19 e, naturalmente, proteger os mais vulneráveis”, assegurou.

Neste sentido, indicou que a segunda fase de vacinação vai decorrer a partir da próxima semana nos centros de saúde.

Este ano, uma parcela das vacinas do Serviço Nacional de Saúde (SNS), cerca de 150.000 doses, destinadas à população com mais de 65 anos, será administrada nas farmácias.

O secretario de Estado destacou ainda, no âmbito dos meios de controlo de cadeias de transmissão, que a aplicação StayAwayCovid, lançada há um mês, registou mais de 1,4 milhões de ‘downloads’. Foram inseridos 116 códigos, que deram origem a 137 chamadas para o SNS 24, de acordo com os dados apresentados.

Lacerda Sales disse ainda que na sexta-feira terminou o projeto piloto de desmaterialização do cartão do passageiro (BLC), que decorreu de “modo muito satisfatório”, existindo agora um sistema eletrónico para preenchimento deste cartão, “a conviver com o preenchimento em papel” para os passageiros que entrem pelos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro e pelo aeródromo de Tires.

“Esta é também uma ferramenta importante para ajudar as autoridades de saúde a identificar contactos de casos confirmados, num mundo onde, como sabemos, há grande mobilidade de pessoas”, defendeu.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e setenta e sete mil mortes e mais de 37,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.094 pessoas em 87.913 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

 

Por: Lusa