Meia centena de trabalhadores rurais de origem asiática terminaram hoje a quarentena obrigatória numa escola em Faro, onde vão ainda permanecer cinco infetados com covid-19 em recuperação, disse à Lusa fonte da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.

Durante a quarentena, que durou 15 dias, houve 12 trabalhadores que testaram positivo para a covid-19: sete foram encaminhados para o hospital de Faro e cinco ficaram na escola, “devidamente separados dos outros”, onde estão ainda a ser tratados.

As autoridades de saúde, em articulação com a embaixada indiana, estão agora a estudar um local para alojar esses cinco trabalhadores “o mais brevemente possível” e assim que estejam recuperados, acrescentou a mesma fonte.

Já os 51 trabalhadores que não apresentaram quaisquer sintomas durante o isolamento foram encaminhados para habitações com melhores condições do que aquelas onde residiam antes da quarentena, adiantou.

As novas habitações, asseguradas pelos respetivos empregadores, acolhem “cinco a seis pessoas”, frisou a mesma fonte, enquanto nas anteriores as condições eram mais precárias, chegando a coabitar na mesma casa cerca de 20 pessoas.

A decisão de dar por terminada a quarenta foi tomada ao final da manhã de hoje, depois de uma reunião entre várias entidades para avaliar a situação dos trabalhadores.

No entanto, todo o grupo vai continuar a ser acompanhado e monitorizado pelas autoridades de saúde locais.

Assim que a escola estiver vazia, a Câmara de Faro irá proceder à “limpeza e desinfeção das instalações” e prepará-la para que possa “continuar a manter-se como estrutura de salvaguarda” para as autoridades de saúde pública, disse à Lusa fonte da autarquia.

Em 16 de março, um grupo de trabalhadores rurais - da Índia, Nepal e Paquistão - foram colocados de quarentena numa escola em Faro, depois de ter sido confirmado um caso de covid-19 envolvendo um cidadão de nacionalidade nepalesa que trabalhava e residia na zona rural do concelho.

As precárias condições das habitações dos trabalhadores rurais levaram as autoridades a optar por uma quarentena na escola, o que, segundo a delegada regional de saúde do Algarve, foi "essencial para que não tivesse havido uma explosão de casos" no concelho de Faro.

O relatório da situação epidemiológica no Algarve revelado hoje pela ARS/Algarve revelou 32 casos confirmados de Covid-19 no distrito de Faro num total de 122 em todo o Algarve.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 140 mortes, mais 21 do que na véspera (+17,6%), e 6.408 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 446 em relação a domingo (+7,5%).

Dos infetados, 571 estão internados, 164 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

 

Por: Lusa