O culto a Nossa Senhora da Piedade de Loulé, cuja celebração anual é considerada a maior manifestação religiosa no Sul do país, foi inscrito no inventário nacional do Património Cultural Imaterial, foi hoje publicado em Diário da República.

De acordo com o anúncio ontem publicado, com data de 20 de junho, o diretor-geral do Património Cultural «decidiu favoravelmente sobre o pedido de inscrição do culto à Nossa Senhora da Piedade de Loulé no inventário nacional do património cultural imaterial, apresentado pela paróquia de São Sebastião de Loulé».

Entre os fundamentos para a inscrição do culto naquele inventário contam-se a importância de que se reveste esta manifestação «enquanto reflexo da identidade da comunidade», assim como «a sua profundidade histórica».

Paralelamente, foram também levadas em conta as «práticas rituais transmitidas, intergeracionalmente no âmbito da comunidade de Loulé, com recurso privilegiado à oralidade», prossegue o anúncio.

A inscrição considerou ainda como critério «a importância técnica e científica de que se reveste o pedido de inventariação em apreço, que atualiza investigação em profundidade, desenvolvida ao longo de diversos anos com recurso aos métodos e técnicas na área da antropologia».

A Ermida de Nossa Senhora da Piedade de Loulé foi edificada no século XVI e, a partir do final desse século, o município assumiu a organização da festa principal em sua honra, durante a Páscoa.

No seu sítio de Internet, a Câmara de Loulé refere que a festa a Nossa Senhora da Piedade «foi mantendo uma grande popularidade» e em meados do século XX «inicia-se a construção de um novo templo, de enormes dimensões, junto à ermida».

«Hoje, as festividades à Virgem, localmente designada por Mãe Soberana, afirmam-se no contexto algarvio como a mais expressiva e concorrida manifestação religiosa, deslocando-se a Loulé nesse dia milhares de fiéis», sublinha a autarquia.