A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê que o crescimento económico português abrande de 6,7% este ano para 1% em 2023 e 1,2% em 2024, situando-se a inflação nos 8,3% em 2022, 6,6% em 2023 e 2,4% em 2024.
“O crescimento real do PIB [Produto Interno Bruto] deverá diminuir de 6,7% em 2022 para 1% em 2023 e 1,2% em 2024, com a invasão russa da Ucrânia, as interrupções na cadeia de abastecimento, a alta dos preços da energia e o aumento das taxas de juro a penalizarem a atividade”, lê-se no relatório com as previsões económicas mundiais (‘Economic Outlook’) divulgado esta terça-feira, 22 de novembro de 2022, pela OCDE.
Embora “o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) vá impulsionar investimento público, há o risco de que persistam os atrasos na sua implementação”, considera a organização.
Crescimento económico mundial abranda de 3,1% este ano para 2,2% em 2023
O crescimento económico mundial vai abrandar de 3,1% em 2022 para 2,2% no próximo ano, recuperando para 2,7% em 2024, de acordo com as últimas previsões da OCDE publicadas. Com a guerra na Ucrânia como pano de fundo, "o crescimento está a meia haste, a inflação elevada é persistente, a confiança corroeu-se e a incerteza é elevada", afirma no documento a OCDE.
"A economia mundial está a viver a sua pior crise energética desde os anos 70", segundo o economista chefe da OCDE, Álvaro Santos Pereira. "O choque energético empurrou a inflação para níveis não vistos durante várias décadas e está a deprimir o crescimento em todo o mundo", disse o antigo ministro da Economia.
Espera-se que os aumentos de preços atinjam uma média de 8% este ano nos países do G20, que incluem as principais economias mundiais, antes de caírem de novo para 5,5% em 2023 e 2024, de acordo com as projeções da organização. Santos Pereira explica que o cenário mais provável previsto pela OCDE "não é uma recessão global, mas um forte abrandamento da economia mundial em 2023, com uma inflação ainda elevada mas em declínio em muitos países".
Para ultrapassar a crise, a OCDE, uma organização de 38 países, desenvolvidos e alguns emergentes, defende "um maior aperto da política monetária para combater a inflação", dizendo ao mesmo tempo que "o apoio orçamental deve tornar-se mais direcionado e temporário". "Acelerar o investimento para adotar e desenvolver fontes e tecnologias de energia limpa será crucial para diversificar o abastecimento e garantir a segurança energética", disse o economista.
Por: Idealista