Presidente da Liga dos Combatentes, Núcleo de Loulé
SABER UM POUCO MAIS SOBRE A LIGA DOS COMBATENTES – NÚCLEO DE LOULÉ
Seis décadas passadas sobre o início da guerra colonial, é sempre tempo – ou nunca será demasiado tarde para se repetirem abordagens e análises a um dos temas mais controversos e traumáticos da nossa história recente. Não sendo objetivo desta entrevista proceder a uma análise exaustiva dos fatores endógenos e exógenos que a despoletaram, tornando-a uma das principais bandeiras da Revolução de Abril, não deixa também de ser um assunto transversal, sendo rara a região do país ou a família qua a ela não tenha tido uma qualquer ligação.
Loulé certamente não foi exceção, mas para além das memórias dos conflitos passados na Europa e em África, a nossa atenção vai hoje para a Liga dos Combatentes, Núcleo de Loulé e do que atualmente mais importa: O seu papel, também, como instituição de apoio à dinamização sociocultural, cuja relevância vamos abordar em conversa com o seu Presidente.
A Voz do Algarve- A Liga dos Combatentes, enquanto estrutura associativa, há quanto tempo existe em Loulé?
Manuel Costeira - O Núcleo de Loulé existe desde 11 de maio de 2006.
V.A. Para além de um espaço de encontro e convívio, que outras vertentes e iniciativas gostaria de destacar no âmbito das vossas atividades?
MC - Temos para além de convívio, a valência do Centro de Apoio Médico Psicológico e Social (CAMPS2) onde temos consultas de Medicina, Psiquiatria e Psicologia e ainda uma assistente social para apoio nas várias vertentes de cariz social a todos os sócios. Temos ainda um programa de banco alimentar onde estamos a apoiar cerca de 20 agregados familiares.
V.A. Cumprem-se este ano 60 anos sobre o início da (chamada) Guerra Colonial. Sabendo também que veio de África, que memórias tem de Angola que o viu nascer?
MC - Angola para mim é uma recordação distante cheia de nostalgia. Lamento eu como todos os chamados “retornados”, da nossa querida terra.
V.A. O tema da Guerra Colonial nunca foi isento de controvérsias, nomeadamente entre os que consideram que estava militarmente perdida e os que têm opinião diversa. Sendo consensual que teria de ter um fim, mais rápido ou mais longínquo, que se lhe oferece dizer sobre o assunto?
MC - O problema de Angola bem como das outras províncias ultramarinas, nunca foi militar, mas sim político. Todos os naturais dessas províncias, ansiavam por uma maior autonomia e poder de decisão.
V.A. Quais as condições para quem se quiser associar, e já agora, quais os benefícios que poderá usufruir?
MC – Qualquer cidadão, independentemente da nacionalidade se pode tornar sócio da Liga dos Combatentes. Para tal, basta manifestar essa vontade e ser portador de um qualquer documento de identificação válido. Uma vez aprovado como sócio, beneficia de todas as regalias dessa qualidade.