Franquiado da McDonald’s

Passados cinco anos da abertura da loja do McDonalds de Loulé, o empresário, Joaquim Jorge, 55 anos, natural de Almada, licenciado em Gestão de Empresas, de espírito ambicioso conta atualmente com 6 lojas no Algarve. Numa entrevista a este Jornal em junho de 2014, o empresário referia as exigências e dificuldades para ser franchisado da marca. A celebrar brevemente o 20º aniversário da abertura do seu primeiro restaurante no Algarve, em Vilamoura, “A Voz do Algarve” quis saber mais sobre a evolução da marca nesta região.

 

Voz do Algarve - Após uma carreira na Consultoria Financeira e na Banca e ao fim de 20 anos como franchisado da McDonald’s, que balanço faz da sua carreira como empresário?

Joaquim Jorge - O balanço é muito positivo. A McDonald’s é uma marca bastante desafiante. Valorizo sobretudo o compromisso que temos com as nossas pessoas. Proporcionamos oportunidades, promovemos talentos, desenvolvemos líderes e atingimos resultados em conjunto. Retribuímos também às nossas comunidades. Ajudamos a construir melhores comunidades, apoiamos a Fundação Infantil Ronald McDonald e utilizamos a nossa dimensão, alcance e recursos para ajudar a tornar o mundo um lugar melhor.

VA - O que o levou a optar por esta marca? Foi complicado tornar-se franchisado do McDonald’s?

JJ - Considerei e considero desafiante poder fazer parte desta equipa de sucesso. Depois de avaliar o que a marca fazia nos outros países europeus, vi na McDonald’s uma oportunidade de ter um negócio próprio de sucesso, obtendo todo o know-how e apoio de gestão de uma multinacional de referência na área do franchising pelos seus resultados consistentes, solidez da marca e apoio aos franquiados.

 

VA - Qual o caminho a traçar para se vir a ser franchisado da McDonald’s?

JJ - O franchising na McDonald’s é um verdadeiro projeto empresarial e um compromisso de longo prazo (com contratos de 20 anos) e, por isso, o processo de admissão é extremamente rigoroso. O processo de seleção das candidaturas é constituído por várias etapas, desde a análise da informação que facultamos bem como a avaliação do nosso perfil até à experiência no restaurante e por último várias entrevistas com os responsáveis da marca em Portugal.

Temos de dedicar 100% do nosso tempo à gestão e administração do restaurante e devemos preencher os requisitos financeiros necessários ao investimento. A riqueza deste sistema de franchising passa, antes de mais, pela diversidade de pessoas que o compõem e esse é um dos motivos pelos quais os franquiados têm diferentes backgrounds, profissionais e pessoais.

A McDonald’s presta a todos os franquiados formação prévia (entre 9 a 12 meses), para além da formação contínua (prestada durante a duração do contrato).

A formação inicial é teórico-prática e aborda todos os aspetos relacionados com o funcionamento e a gestão operacional e financeira de um restaurante. Inclui formação no restaurante (com passagem em vários postos) e no Centro de Formação da McDonald’s Portugal (formação certificada pela Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho), de modo a permitir aos candidatos uma visão do conjunto e das suas futuras responsabilidades. A Universidade do Hambúrguer (em Chicago) é também uma das etapas de formação de todos os franquiados McDonald’s, que se insere no processo de formação intensiva, prévio à abertura do restaurante

A McDonald’s realiza, ainda, ações de formação específicas pontuais, workshops e conferências, bem como cursos de competências a nível de gestão e liderança desenvolvidos em parceria com uma universidade portuguesa, de modo à atualização constante de conhecimentos. Contamos com apoio diário para a montagem, gestão e desenvolvimento do nosso negócio.

 

VA - Referiu em 2014 que para ser Franchisado do McDonald’s, eram analisadas as atividades anteriores assim como feita uma triagem para garantir a idoneidade do empresário. Passados todos estes anos, como é feita a avaliação de quem representa a marca, ou o empresário, naturalmente, está em constante evolução?

JJ - O nosso desempenho enquanto franquiados é permanentemente avaliado. A relação de parceria dos franquiados com o sistema é de proximidade e esse é, sem dúvida, um pilar fundamental no desenvolvimento da nossa marca. Acreditamos, de facto, que o nosso elevado envolvimento aliado a esta relação próxima entre franquiados, Companhia e fornecedores são a base para um reconhecimento do nosso sistema a nível nacional e um pouco por todo o mundo: esta é uma das razões de sucesso do sistema de franchising da McDonald’s em Portugal.

 

VA - Poderia de forma abreviada relatar o seu percurso e evolução como franchisado durante estes 20 anos e agora com a gestão de 6 lojas no Algarve?

JJ - Abri o meu primeiro restaurante em 1999 em Vilamoura e, dois anos mais tarde, em 2001, o segundo, no Algarve Shopping (na altura Guia Shopping , vendido em 2015). Em 2014, abri o restaurante McDonald’s Loulé Drive e, no ano seguinte, assumi a gestão de três restaurantes já pré-existentes: Faro Docas, Faro Forum Algarve e Olhão. Em 2017, abri o restaurante McDonald’s Loulé MarShopping IKEA.

 

VA - A gestão de cada restaurante é muito particular? Ou de um modo geral, são todos iguais?

JJ - A gestão de cada restaurante tem, claro, as suas especificidades, mas graças ao entusiasmo, dedicação e empenho das equipas, o processo flui com naturalidade. A gestão de cada restaurante é sempre feita com o intuito de prestar um serviço simpático e eficiente que vá ao encontro das necessidades dos nossos consumidores, com produtos de elevada qualidade e um serviço de conveniência e eficiência, num espaço contemporâneo e agradável.

 

VA - Atualmente, quantas pessoas emprega nos seus restaurantes?

JJ - No total dos 6 restaurantes tenho uma equipa de 250 pessoas (60 na equipa de gestão). Nos meses de verão, e pelas necessidades acrescidas do período em questão, este número chega a atingir os 340 colaboradores.

 

VA - A maioria dos colaboradores são da região? Como funciona o recrutamento e formação destes funcionários?

JJ - Sim, os colaboradores são, na sua maioria, provenientes da região. A seleção de colaboradores para os restaurantes é feita com base numa metodologia própria. Para além de avaliarmos o perfil das competências técnicas para a função a que se candidata, são avaliadas, igualmente, competências de natureza comportamental, como capacidade para trabalhar em equipa, valorização e respeito pelos outros, proatividade, identificação com a marca, cumprimento de regras e procedimentos e orientação para o cliente.

 

VA – Neste mês de maio assinala-se o 20º aniversário do restaurante de Vilamoura. Foi o 1º restaurante do Algarve?

JJ - Há 20 anos, a abertura de um restaurante McDonald’s era um célebre acontecimento. E, ainda hoje, essa intenção se mantém: a chegada da marca a uma nova localidade é sinónimo de progresso e modernidade. Na altura, no Algarve, ainda não tínhamos representadas muitas marcas globais a nível local, pelo que o nosso restaurante foi muito bem acolhido quer pela população local quer por quem visitava a região. O primeiro restaurante McDonald’s do Algarve foi o de Albufeira, que abriu em 1997. O de Faro abriu no ano seguinte, em 1998 e, em 1999, abriram Portimão e Vilamoura. Atualmente, são 11 os restaurantes McDonald’s no Algarve.

 

VA - Na altura, em 1999, assistia-se ao aparecimento de um número muito significativo de restaurantes McDonald’s no País. O que representava, no final dos anos 90, a abertura de um restaurante McDonald’s?

JJ - Quando a McDonald’s chegou ao nosso País, no dia 23 de maio de 1991, pouco ou nada se sabia sobre restauração de serviço rápido. Eram poucos os portugueses que imaginavam, há 28 anos, que se poderia ir a um restaurante e comer sem talheres ou até mesmo comprar uma refeição sem sair do carro.

Com a abertura do primeiro restaurante em Portugal, no centro comercial CascaiShoppping, a McDonald’s introduziu um novo conceito de restauração, baseado nos princípios da Qualidade, Serviço, Limpeza e Valor, focado no consumidor e onde toda a família é bem-vinda, num ambiente informal e descontraído, a um preço acessível. Princípios definidos há mais de 50 anos pelo fundador da McDonald’s, Ray Kroc, e que permitiram à marca cumprir o seu objetivo de assegurar a melhor experiência de restauração de serviço rápido no nosso País. Rapidamente os portugueses se envolveram com a marca e se adaptaram a uma nova forma de fazer uma refeição fora de casa. A McDonald’s fez crescer o mercado da restauração e criou um segmento que é hoje cada vez maior e mais relevante para o consumidor português.

Vinte e oito anos depois, a McDonald’s Portugal está enraizada na economia e nas comunidades locais, ocupando um lugar relevante no setor da restauração de serviço rápido com 168 restaurantes no Continente e Ilhas.

 

VA - Enquanto franchisado da McDonald’s, o que procura fazer de diferente nas comunidades onde está inserido? Pode dar exemplos?

JJ - A McDonald’s é parte integrante das comunidades onde está presente. A nossa política de boa vizinhança envolve iniciativas que suportam o desenvolvimento e melhoria da comunidade em que cada restaurante está inserido. Seguimos, por isso, o lema do nosso fundador Ray Kroc de ‘retribuir à comunidade parte daquilo que ela nos dá’ sob a forma de parcerias e iniciativas conjuntas com várias instituições locais e nacionais. A nível nacional, a Fundação Infantil Ronald McDonald é o projeto de Responsabilidade Social da McDonald’s Portugal com maior impacto.

Cada restaurante McDonald’s contribui para o desenvolvimento da comunidade onde se insere apoiando diversas iniciativas locais, seja no Desporto seja em instituições de solidariedade Social. No meu caso, por exemplo, apoiamos o CIMAV em Vilamoura, o Farense, o Olhanense, a Associação Unir, a Existir, a Casa dos Rapazes de Faro, o Centro de Bem Estar Social Srª de Fátima, entre outros.

Em cada nova abertura de um restaurante temos a preocupação de apadrinhar uma instituição local. Normalmente, a identificação da instituição apadrinhada é decidida em conjunto com as autarquias, dado que conhecem de perto as necessidades locais.

 

VA - É prática comum, o uso e consumo de produtos alimentares/agrícolas da região onde está localizado o restaurante?

JJ - A aposta em fornecedores nacionais é constante e, à medida que a McDonald’s introduz novidades na ementa, e o negócio da McDonald’s cresce, o volume de compras aos fornecedores atuais também tem vindo a acompanhar essa evolução.

O número de fornecedores nacionais tem vindo a crescer ao longo destes quase 28 anos de presença da McDonald’s em Portugal. Hoje temos mais de 30 fornecedores nacionais. Portugal é o segundo país mais representativo a nível de fornecedores, na Europa.

Todos os nossos fornecedores, nacionais ou internacionais são, previamente, auditados e aprovados pelos Departamentos de Qualidade e de Compras da McDonald’s para assegurar o cumprimento de todas as normas legais e das que são exigidas pela McDonald’s, a nível global. São ainda auditados por entidades independentes, no que diz respeito à existência de um sistema de Gestão da Qualidade, que engloba as áreas previstas na legislação e ainda outras impostas pela própria marca.

Atualmente, existem produtores da região do Algarve que fornecem matéria-prima a fornecedores da McDonald’s como, por exemplo a Vatel. Estou certo de que, com o tempo, mais produtores da região do Algarve serão incorporados neste grupo.

 

VA - Qual a tendência e evolução deste tipo de restaurantes? Como é expectável a sua atividade daqui a 10 anos? Está nos seus planos aumentar o número de lojas?

JJ - A McDonald’s tem vindo, desde 1991, a investir na variedade da sua oferta disponibilizando McMenus a um preço acessível, permitindo assim uma refeição completa e saborosa, com toda a qualidade McDonald’s. E uma variedade de ingredientes que permite ajustar a refeição às necessidades diárias de cada consumidor. Temos, por isso, evoluído no sentido de acompanhar as tendências da sociedade, alargando permanentemente a variedade e a oferta dos menus. A variedade da oferta vai desde a disponibilização de hambúrgueres 100% carne de vaca, produtos de frango, peixe e uma opção vegetariana à base de vegetais e quinoa, até às sopas, saladas, frutas, gelados, pastelaria e pequeno-almoço.

As perspetivas futuras avizinham-se muito positivas, pelo que estou certo de que continuaremos o nosso caminho, sempre com o intuito de prestar um serviço simpático e eficiente que vá ao encontro das necessidades dos nossos consumidores, com produtos de elevada qualidade e um serviço de conveniência e eficiência, num espaço contemporâneo e agradável.

Nathalie Dias