Faro vai ter um centro de alojamento de emergência social com capacidade para acolher até 49 pessoas em situação de instabilidade, naquele que será o primeiro equipamento do género no Algarve.

O seu foco serão as pessoas, as suas necessidades, capacidades, potencialidades e desejos.

O centro, que vai ser instalado num edifício cedido pelo Ministério da Agricultura, em Braciais (Patacão), na periferia de Faro, vai ter 30 lugares para alojamento de emergência, 20 dos quais destinados a alojamento temporário, por um período de três meses, e uma capacidade total máxima para alojar 49 pessoas.

Em conferência de imprensa, o presidente do Movimento de Apoio à Problemática da Sida (MAPS), entidade responsável pelo projeto, adiantou que a estrutura visa acolher “pessoas e famílias em situação de precariedade”, nomeadamente, em situação de sem-abrigo, desemprego, alvo de despejos ou com perdas de rendimento.

Segundo Fábio Simão, não existe qualquer equipamento no Algarve com este tipo de “resposta específica” na área social e as nove camas de alojamento temporário que o MAPS tem desde 1996 são “desde sempre insuficientes”.

O novo centro vai dispor de quatro quartos familiares, preparados para receber até quatro pessoas, para que as famílias “possam ficar juntas”, estando também prevista a criação de um espaço para os animais das famílias que recorram ao centro.

No entanto, o edifício onde vai ser instalado o centro está devoluto e precisa de obras de fundo, razão pela qual Fábio Simão lançou um apelo para a entrega de donativos de material para sanitários, de eletricidade e chão flutuante, entre outros.

O diretor regional da Agricultura e Pesca do Algarve, Pedro Monteiro marcou presença no evento, expressando a sua opinião e demonstrando à comunidade a urgência de um projeto “ambicioso” como este.

A senhora diretora da Segurança Social do Centro Distrital de Faro, Margarida Flores esteve também presente no evento, deixando em destaque “a visão humanista deste município e sua a visão solidaria”, frisando que o mesmo teve a coragem de aceitar este projeto.

Na ocasião, o presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, sublinhou que o número de pessoas sem-abrigo no concelho “se agravou nos últimos tempos” devido à pandemia de Covid-19.

Segundo o autarca, aos 30 sem-abrigo que estavam referenciados e a serem acompanhados pelos serviços da autarquia somam-se agora 22, alguns de Faro e outros que se deslocaram para o concelho durante a pandemia, o que aumentou esta população.

O centro, num edifício com uma área útil de 1.200 metros quadrados, vai dispor de 17 quartos, duas salas de estar, refeitório, cozinha, lavandaria e banco de roupa, balneários com cuidado de higiene e conforto pessoal, gabinetes técnicos e de enfermagem, apoio social, psicológico e jurídico,  transporte e ainda de uma sala para formação profissional.

De acordo com Fábio Simão, um dos objetivos da nova estrutura é também promover a inserção profissional das pessoas que lá sejam acolhidas, razão pela qual está prevista a criação de um centro de formação profissional naquele espaço.

O protocolo hoje assinado entre o MAPS, a Segurança Social e a Câmara de Faro prevê que a autarquia apoie financeiramente o centro através do pagamento da renda do edifício.

 

Por: Lusa/Carolina Figueiras