Serão muitos os portugueses que, por precaução, deixam uma embalagem de álcool gel no carro, para desinfetar as mãos quando e se acharem necessário.
Será esta uma boa «política»?
Haverá riscos, como por exemplo o do produto se incendiar sozinho se estiver muito calor?
Para a Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, esse cenário não se coloca, mas deve evitar deixar-se o líquido «estacionado» na viatura, porque pode evaporar-se.
Segundo a associação, são várias as notícias falsas a circular em tempos de pandemia de Covid-19, sendo esta, a de haver um eventual risco de incêndio se o álcool gel ficar carro e sujeito a calor, uma delas.
«Não ligue», diz a Deco, alertanto, no entanto, que não se deve deixar o desinfetante na viatura.
«O álcool gel não pega fogo sozinho dentro do carro, mesmo que exposto ao sol.
O ponto de autoignição do etanol (o principal componente do álcool gel), a partir do qual poderia começar a arder sozinho, é de 455ºC.
O líquido teria de atingir esta temperatura para arder sem ser necessária qualquer fonte de ignição.
A temperatura no habitáculo de um automóvel, mesmo nos dias mais quentes de verão, raramente vai além dos 65ºC.
Por isso, é fácil perceber que não há condições para que a solução de desinfetante das mãos arda espontaneamente», explica a associação.
A Deco considera, no entanto, que o álcool gel não deve ser deixado no carro.
E explica porquê: «Se não estiver devidamente fechado, as temperaturas mais elevadas podem levar a que o álcool evapore, e se perca a eficácia do produto.
Além disso, nunca se deve deixar produtos inflamáveis dentro de viaturas.
Se o álcool evaporar ou houver alguma fuga do produto, no caso de existir uma fonte de ignição, pode, realmente, ocorrer um incêndio».
Por: Idealista