Às 10h00, na Praça D. Afonso III, é hasteada a Bandeira Nacional e tocado o Hino Nacional, pela Banda Filarmónica Artistas de Minerva.
Segue-se a deposição de flores junto à Ermida de Nossa Senhora da Conceição, elemento patrimonial que tem uma ligação a este período histórico. A lápide que se encontra na fachada da Ermida baseia-se no desígnio régio de D. João IV, que ordenou, aquando da Restauração da Independência, que se colocasse às entradas das cidades e vilas uma lápide evocativa desse facto e da consagração da Nossa Senhora da Conceição Padroeira de Portugal.
Já às 11h00, no Arquivo Municipal “Professor Joaquim Romero Magalhães”, vai ter lugar a conferência "Imagens que falam: a propaganda visual durante a revolta de 1640", apresentada por Joana Fraga.
A 1 de dezembro de 1640, na sequência de um golpe de estado, o duque de Bragança foi aclamado como D. João IV, Rei de Portugal. Uma das prioridades do novo monarca foi combater a noção de rebeldia e demonstrar a legitimidade da nova dinastia. Para isso, os artistas da época foram encarregues de produzir imagens (sobretudo pinturas e gravuras) que permitiram comunicar de forma eficaz os principais argumentos a favor da causa bragancista. Foram desenvolvidas duas estratégias diferentes, uma pensada para consumo interno no reino e outra direcionada às principais casas reais europeias, onde os enviados portugueses foram em busca de reconhecimento e apoio militar.
A circulação estratégica da propaganda visual durante a guerra da Restauração destaca o papel significativo que a arte desempenhou na formação do discurso político deste período.
Joana Fraga é investigadora auxiliar no Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa. É doutorada pela Universidade de Barcelona (2013) e foi investigadora em várias universidades europeias. É autora do livro “1640 – Portugal, uma retrospetiva” (Tinta da China: 2019). As suas principais linhas de investigação incidem sobre revoltas, formas de contestação e comunicação política no império português.