Dezenas de trabalhadores não têm mãos a medir para a colagem de flores nos carros alegóricos ou para esculpir a esferovite que dá vida a figuras bem conhecidas da política e do desporto. No meio desta azáfama, o evento foi hoje apresentado à Comunicação Social, um momento em que o presidente da Autarquia, Vítor Aleixo, quis explicar, desde logo, a razão do tema escolhido. “É brincar com uma coisa séria, mas o Carnaval é isso mesmo!
Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas fazem um apelo ao mundo para mudarmos muitos dos nossos comportamentos do dia-a-dia, em diferentes planos, e nós vamos brincar com isso. É uma forma óbvia de levar informação tão importante, sempre numa perspetiva sempre de brincadeira, a muitos milhares de cidadãos”, considerou.
E para reforçar esta componente didática, durante o corso será distribuída uma publicação onde serão explicados os ODS e também algumas “dicas” para promover a preocupação ambiental, sobretudo “na hora de brincar”. A perspetiva da sustentabilidade ambiental é reforçada este ano no evento, e há mesmo uma novidade: a pegada de carbono gerada ao longo dos três dias de desfile vai ser medida, através da colaboração de uma empresa do setor do ambiente.
De resto, o Carnaval de Loulé “continua com o mesmo espírito de sempre” e a sátira social, política e desportiva continua de mãos dadas com a atualidade. Um dos exemplos é a mediática “Operação Pretoriano”, que envolve Fernando Madureira, o líder dos SuperDragões. Antes mesmo do caso ter surgido na imprensa, já a equipa de criativos, liderada por Paulo Madeira “Palhó” estava a desenhar o carro em que o “Macaco” aparecia ao ombro do presidente do FC Porto. “Estamos sempre atuais… Inicialmente o carro tinha a ver com a disputa pela ‘cadeira dos sonhos’ entre o Pinto da Costa e o Villas-Boas. Entretanto apareceu este caso…. Naturalmente que agora as personagens envolvidas ganham um lugar de destaque neste corso”, garante o artista.
Mas há outras figuras que também vão estar nos carros alegóricos, como Pedro Nuno Santos, Cristiano Ronaldo, António Guterres ou Christine Lagarde e Mário Centeno, com os “episódios” marcantes da vida nacional e internacional.
14 carros alegóricos, 600 figurantes e uma centena de pessoas na organização são os números deste desfile. O investimento previsto é de 470 mil euros, valor inscrito no Plano de Atividades Municipais do Orçamento para 2024. No entanto, o retorno para a cidade é muito superior “não só pela dinâmica que gera no comércio local, na restauração, na hotelaria, nas pequenas economias de venda ambulante que se estabelecem nestes três dias, mas sobretudo pela alegria e diversão que proporciona às pessoas”.
Este ano são esperados 80 mil visitantes e as expetativas da Autarquia “é que as pessoas venham em grande número, que se divirtam e levem daqui uma informação para as suas vidas”.
As receitas diretas da bilheteira serão atribuídas às associações e coletividades locais que participam no desfile e também a causas solidárias.
De referir que, a par de Loulé, também Alte e Quarteira vão ter os seus próprios desfiles, onde há sobretudo “uma significativa participação popular espontânea”.
Além do desfile, na noite de segunda-feira, dia 12, no Salão de Festas de Loulé, vai ter lugar o tradicional Baile de Gala, este ano com o mote “À precura dos ODS”.
