Uma associação de operadores de citrinos quer dar a provar a laranja algarvia em voos da transportadora área portuguesa,
hotéis e feiras internacionais, ao abrigo de um projeto de internacionalização dos citrinos do Algarve hoje apresentado em Faro.
 

O projeto, que se vai estender até agosto de 2021, tem como objetivo ampliar a divulgação da laranja algarvia nos mercados externos onde mais se vende o citrino, como é o caso de Espanha, França, Holanda, Dinamarca e Canadá, disse aos jornalistas a vice-presidente da Associação de Operadores de Citrinos do Algarve (AlgarOrange), Sílvia Neves.

Uma das ações previstas, que está a ser preparada em conjunto com a TAP, é fazer provas de laranja nos voos com destino aos países identificados como mercados alvo, ou nos aeroportos, assim como introduzir a laranja no 'catering' dos voos de longo curso como, por exemplo, para o Canadá.

Por outro lado, a associação quer criar sinergias com o Turismo do Algarve para, em conjunto com os hoteleiros, "conseguir fazer provas, dar frutos ao turista, para o consumidor final reconhecer o produto como um cartão de visita do Algarve, além do sol e praia", referiu Sílvia Neves.

O projeto de promoção dos citrinos do Algarve nos mercados externos, hoje divulgado num seminário que decorreu na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, resultou de uma candidatura da AlgarOrange à linha de internacionalização do CRESC Algarve 2020.

Segundo a vice-presidente da associação, outros dos objetivos é esclarecer alguns "equívocos" criados no mercado francês, onde operadores espanhóis estão a vender laranja de Espanha como se fosse portuguesa, estando prevista a participação da associação em feiras em Madrid (Espanha), Berlim (Alemanha), Paris (França) e no Canadá.

Segundo o diretor regional de Agricultura e Pescas do Algarve, Pedro Valadas Monteiro, a anterior campanha da laranja algarvia resultou numa produção de 340 mil toneladas, embora, atualmente, só cerca de 20% seja para exportação, um número que considera "claramente insuficiente" face a outras produções hortofrutícolas do país.

Aquele responsável lembrou que, em 2002, a área dedicada à produção de citrinos atingiu o seu máximo no Algarve, com 18 mil hectares - mais 3 mil do que a área atual - embora a produção fosse inferior (cerca de 220 mil toneladas), um aumento de produtividade que atribui ao uso de tecnologia e modernização dos pomares.

"Necessitamos de maior organização entre os produtores para ganhar escala e podermos trabalhar com outras entidades", referiu, notando que o "primeiro grande desafio é a organização do setor", que deve ser acompanhada por um trabalho de parceria com os operadores turísticos, permitindo incorporar "produção local" nos hotéis portugueses.

Desde 1994 que os citrinos do Algarve possuem uma Indicação Geográfica Protegida.

Por: Lusa