O padre Getúlio Bica é desde o último sábado o novo pároco das paróquias de Alte, São Bartolomeu de Messines e São Marcos da Serra.

A entrada e a apresentação do sacerdote, de 44 anos — ordenado no dia 12 do mês passado e nomeado na última semana pelo bispo do Algarve para substituir ao padre Miguel Ângelo Pereira — teve lugar na igreja matriz de São Bartolomeu de Messines, onde foi celebrada Eucaristia presidida por D. Manuel Quintas.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Porque conheço as vossas necessidades pastorais e confio nas qualidades do padre Getúlio, apresento-o e recomendo-o como vosso pároco a partir desta Eucaristia”, começou por referir o bispo diocesano, acrescentando que o sacerdote “é, praticamente, de Messines”. “Tem aqui as suas raízes. O seu pai era daqui e está sepultado aqui, é alguém da terra”, justificou, ressalvando que “quando alguém se ordena padre numa diocese, toda a diocese é sua terra, é seu lugar de missão, de serviço”. “Certamente, que ele aqui se sentirá em casa, em boa companhia, se sentirá família de cada um de vós”, sustentou, lembrando ser o seu “primeiro serviço como pároco” à Igreja algarvia.

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“O início do ministério de um novo pároco na paróquia é sempre para nós sinal de esperança que carateriza este tempo de Advento, de que Deus não abandona o seu povo e responde à nossa oração quando rezamos pelas vocações”, prosseguiu.

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Por outro lado, o responsável católico lembrou a importância da corresponsabilidade eclesial. “Acolher um novo pároco é interrogar-me de que maneira e de que modo é que posso ajudá-lo no exercício do seu ministério, da sua missão, do seu serviço à comunidade, de que modo é que posso contribuir”, afirmou D. Manuel Quintas, explicando não estar apenas a referir-se à dimensão monetária para manutenção da Igreja, mas ao “serviço”, à “presença” e ao “testemunho cristão” que implica a “opção por Cristo” e a “decisão de anunciar o Evangelho”. “Cada um — pondo ao serviço do bem comum os dons com que o Senhor o enriqueceu — enriquece os outros também”, realçou, lembrando que “uma comunidade cresce a partir dos dons, da doação e entrega de cada um”.

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“Quando um novo pároco inicia o seu serviço numa paróquia, não é só ele que está decidido a dar a vida por Cristo, servindo as comunidades que lhe são confiadas. São também as comunidades que acolhem o novo pároco que se devem decidir a apoiá-lo em tudo o que estiver ao seu alcance para que sejam comunidades, cada vez mais, vivas”, advertiu.

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O bispo do Algarve pediu ainda ao padre Getúlio Bica que procure “viver com alegria” este primeiro serviço que lhe é confiado e, para isso, deixou-lhes três recomendações. “Que a centralidade de Cristo faça parte da tua vida diariamente ou, se quiseres, que o sacrário — a presença de Jesus na Eucaristia — faça parte da tua vida quotidiana, faça parte da tua oração diária. Procura encontrar sempre algum tempo, diante do sacrário, para rezar”, afirmou D. Manuel Quintas, sublinhando a importância da “centralidade da Eucaristia na vida de um sacerdote e na vida da Igreja”. “Que nós, que recebemos esse dom que não é uma conquista pessoal, sejamos os primeiros a beneficiar dele através da oração junto do sacrário, de Jesus na Eucaristia”, sustentou.

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A segunda recomendação foi o “sentido de doação e de serviço ao povo” das comunidades que lhe estão confiadas. “Elas são muitas, mas tu tens muita força e muita genica. E, sobretudo, podes contar com o apoio de todas. Que elas façam parte também da tua preocupação e ocupação diária no sentido de serviço, doação, entrega”, afirmou, referindo a importância do “serviço à comunidade, indicando o caminho como «pastor» que vai à frente, dos lados, atrás ou no meio das «ovelhas», mas com um objetivo bem determinado”, disse, explicando que “a missão de um padre é sempre apontar para o céu porque é lá a meta”.

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A terceira recomendação foi a de que se apoie no colégio presbiteral, procurando “confiar, pedir ajuda” e “estar com” os restantes sacerdotes para “não se sentir a caminhar à margem, de lado, isolado ou quase em oposição”. “É tão importante a comunhão presbiteral, a comunhão dos padres com o bispo, dos padres com o povo de Deus, porque isso dá-nos força e coragem nos momentos de dificuldade e, ao mesmo tempo, ilumina, esclarece, ajuda a ultrapassar dificuldades, pelas quais, tantas vezes, passamos. É muito bom confiar nos colegas padres, como é bom confiar também nos leigos que nos apoiam, nos ajudam, rezam por nós e rezam connosco”, referiu.

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Considerando ainda que os presbíteros não podem “prescindir do apoio” da Virgem Maria, D. Manuel Quintas pediu-lhe ainda que se confie também aos padroeiros das paróquias e das comunidades que lhe são confiadas. “Certamente, encontrarás neles a força, o amparo e o apoio que precisas para o exercício do teu ministério”, afirmou, pedindo o “envolvimento” e o “compromisso” das comunidades “em ajudar o seu pároco e «pastor» a viver com fidelidade àquilo que prometeu no dia da sua ordenação sacerdotal” e que no sábado renovou.

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O bispo diocesano quis também “ter presente o padre Miguel” Ângelo, que concelebrou a Eucaristia, pelo tempo que ali passou, pela sua “dedicação e doação” àquelas comunidades, pelos “laços que estabeleceu” com os paroquianos.

O rito de entrada do novo pároco incluiu a leitura da provisão de nomeação, o seu juramento de fidelidade ao colégio presbiteral, ao bispo, ao Papa e a toda a Igreja e a entrega simbólica da chave da igreja. Após a felicitação do bispo diocesano, teve lugar a apresentação ao Conselho Pastoral Paroquial e os cumprimentos deste ao novo pároco. O bispo do Algarve convidou depois o novo pároco a aspergir a assembleia e a beijar o altar e a incensá-lo. Um dos membros da comunidade, pertencente ao Conselho Pastoral agradeceu ao bispo diocesano e dirigiu-se ao novo pároco.

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A Eucaristia prosseguiu com a renovação das promessas da ordenação sacerdotal e a profissão de fé do novo pároco e terminou com a leitura da ata de posse que foi assinada. No final houve ainda um gesto simbólico. D. Manuel Quintas convidou o novo pároco a sentar-se na cadeira presidencial, lembrando que “é para significar que a presidência significa, sobretudo, um serviço e que o pastor deve conduzir e orientar a comunidade, deve congregar a comunidade”.

Na Eucaristia, que contou ainda com a concelebração do monsenhor cónego José Pedro Martins, do padre António Manuel Martins, do padre Pedro Manuel e do serviço do diácono Rogério Egídio, o novo pároco agradeceu a todos eles e à comunidade de São Bartolomeu de Messines e a todas as outras. “É difícil substituir o padre Miguel porque, a nível de valores humanos e intelectuais, é acima da média. Tiveram o privilégio de privar um ano com o padre Miguel, por isso muito aprenderam e muito me vão transmitir a mim”, afirmou o padre Getúlio Bica.

O sacerdote afirmou ainda que o “melhor acolhimento” que lhe podem prestar “é um sorriso”. “Estamos para caminhar juntos como batizados em Cristo. Obrigado e muito quero aprender convosco”, afirmou.

 

Por: Folha do Domingo