Vendidos 43.532 imóveis no primeiro trimestre no valor de 6,8 mil milhões, o que correspondeu a taxas de variação homóloga de -0,7% e +10,4%, respetivamente.

Os preços das casas à venda subiram 10,3% em Portugal no primeiro trimestre de 2020 face ao mesmo período do ano passado. Uma boa notícia, portanto, para as imobiliárias, sendo que os números já contemplam o mês de março, marcado pela chegada da pandemia da Covid-19 a Portugal. E mais: nos primeiros três meses do ano, foram vendidos 43.532 imóveis, (apenas) -0,7% que nos mesmos três meses de 2019. Em causa estão dados divulgados esta terça-feira (23 de junho de 2020) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

“No primeiro trimestre de 2020, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) cresceu 10,3% em termos homólogos, mais 1,4% que no trimestre anterior. Neste período, os preços das habitações existentes aumentaram a um ritmo superior ao das habitações novas, 10,6% e 8,9%, respetivamente. Em relação ao trimestre anterior, o IPHab cresceu 4,9% (0,7% no quatro trimestre de 2019). O aumento dos preços foi observado em ambas as categorias de habitações tendo sido mais expressivo no caso das novas (6%) por comparação com as existentes (4,7%)”, lê-se no boletim do INE.

No que diz respeito à venda de casas (moradias e apartamentos), os números mostram que abrandaram em março, por causa da pandemia do novo coronavírus, sendo que o balanço trimestral é ainda muito positivo: entre janeiro e março de 2020 “transacionaram-se 43.532 alojamentos, no valor de 6,8 mil milhões de euros, o que correspondeu a taxas de variação homóloga de -0,7% e +10,4%, respetivamente”. 

O INE refere, no entanto, que “enquanto em janeiro e fevereiro de 2020 se observaram aumentos homólogos do número de transações (9,4% e 3,5%, respetivamente) e do respetivo valor (21,5% e 13,5%, pela mesma ordem), em março o número de transações e o respetivo valor reduziram-se 14,1% e 3,3% face ao mesmo mês de 2019”. 

“O comportamento das vendas de habitações neste trimestre poderá ter sido condicionado pelas restrições impostas pelo estado de emergência, decretado a 19 de março, no contexto da pandemia Covid-19”, recorda o INE.

Relativamente ao valor de venda dos imóveis, nos primeiros três meses de 2020, totalizou aproximadamente 6,8 mil milhões de euros, dos quais 5,4 mil milhões corresponderam a transações de habitações existentes e 1,4 mil milhões a habitações novas. “Em relação ao mesmo período de 2019, os valores apurados para o primeiro trimestre de 2020 traduziram um aumento de 10,4% para o total, sendo de 15,7% nas habitações novas e de 9,1% nas habitações existentes. Em termos mensais e no que respeita ao valor total, depois de janeiro e fevereiro terem apresentado crescimentos homólogos de 21,5% e 13,5%, respetivamente, em março verificou-se uma redução de 3,3% face ao mesmo mês de 2019”, conclui o INE.

Mais casas vendidas na AML que no ano passado

Em termos geográficos, foram vendidas 15.433 habitações na Área Metropolitana de Lisboa (AML) no primeiro trimestre de 2020, ou seja, 35,5% do total do país (+0,1% face ao mesmo período de 2019). Segundo o INE, a região Norte, com 12.168 vendas, concentrou 27,9% das transações, menos 0,4% que no período homólogo. “O Centro (7.974 transações) foi, a par do Norte, a outra região onde se observou uma redução no respetivo peso relativo (-0,2%)”, conclui o INE, acrescentando que as regiões do Alentejo (6%), do Algarve (8,6%), a Região Autónoma do Açores (1,7%) e a Região Autónoma da Madeira (2%) mantiveram praticamente inalteradas as respetivas quotas relativas Regionais.

“No período em análise, as transações de alojamentos na AML totalizaram 3,2 mil milhões de euros (47,8% do total), o montante mais elevado desta região na série disponível. No Norte, as vendas de habitações fixaram-se nos 1,6 mil milhões de euros, correspondendo a um peso relativo regional de 23,3%. A quota relativa conjunta destas duas regiões foi 71,1%, o registo mais elevado desde o terceiro trimestre de 2018”, adianta o instituto. 

 

Por: Idealista