A confirmação de primeiros casos de doentes infectados com o COVID 19 (coronavírus) no País, correspondendo ao que era previsível, deve sobretudo conduzir a um reforço das medidas de prevenção no plano da saúde pública, articuladas com a criação de condições e meios para a resposta clínica que se venha a exigir.

O PCP sublinha que mais do que a procura sensacionalista e alarmista que tem rodeado a cobertura mediática deste surto epidémico, geradora de um clima de intranquilidade desproporcionado, o que se impõe são medidas de capacitação do SNS no Algarve e no País, capazes de os preparar para eventuais exigências que se venham a colocar. Na verdade, a própria desresponsabilização já declarada pelo sector privado, releva a importância do SNS, que mais uma vez se confirma como o único e real instrumento para uma resposta adequada, universal e pronta à situação e ao direito à saúde dos trabalhadores e populações algarvias.

No Algarve, conhecida que é a sua sua forte exposição a fluxos turísticos a par das reconhecidas insuficiências do SNS resultantes das opções de sucessivos Governo do PS e PSD/CDS, impõe-se uma redobrada atenção e concentração de meios nos termos que sejam considerados adequados pelas autoridades de saúde.

O PCP alerta ainda para as manobras que a pretexto do COVID 19 sectores do grande patronato ensaiam no sentido de, não só pôr em causa direitos dos trabalhadores, como também, procurar identificar na doença uma oportunidade para garantir apoios com dinheiros públicos, diretos ou indiretos, para lá do que a situação concreta representa. Assumem particular significado as tentativas já em curso, designadamente no sector da hotelaria no Algarve. Registando a garantia que o Governo anunciou quanto aos salários dos trabalhadores da Administração Pública, o PCP regista que essas garantias devem cobrir integralmente o conjunto de remunerações, subsídios e direitos dos trabalhadores.

 

Faro, 5 de Março de 2020

O Secretariado da Direcção da Organização Regional do Algarve do PCP