A Universidade de Évora representa Portugal em três infraestruturas europeias de investigação, em ciências do património, ecossistemas e astrofísica,

Programa Horizonte 2020,  num financiamento global de 14 milhões de euros, foi hoje revelado.

As infraestruturas de investigação, que envolvem 87 parceiros europeus, pelos quais vai ser distribuído o financiamento, designam-se AQUACOSM-plus, IPERION HS e ACTRIS, explicou hoje a academia alentejana, em comunicado enviado à agência Lusa.

«A Universidade de Évora (UÉ) é a única instituição portuguesa parceira» destas três iniciativas, através das quais «reforça»a sua «participação no

Espaço Europeu de Investigação», frisou.

Segundo a UÉ, as equipas de investigação portuguesas vão ser lideradas, consoante os projetos, pelos cientistas Miguel Bastos Araújo
(AQUACOSM-plus), António Candeias (IPERION HS) e Daniele Bortoli (ACTRIS).

Os cenários de mudanças climáticas, sobretudo como conservar «a  biodiversidade face aos desafios atuais e futuros», vão ser estudadas pela
infraestrutura que envolve o investigador e professor universitário Miguel Bastos Araújo, Prémio Pessoa 2018.

A equipa de investigação, no âmbito da Cátedra «Rui Nabeiro» em Biodiversidade, pertencente ao Instituto para a Agricultura, Ambiente e
Desenvolvimento no Mediterrâneo (MED) da UÉ, vai analisar «informação recolhida em mesocosmos, pequenas réplicas do ambiente que, em condições controladas, permitem caracterizar os ecossistemas, das bactérias aos vertebrados».

E, a partir destes dados, propõe-se a «realizar testes de cenário para as mudanças climáticas, posicionando-se na linha da frente da investigação em alterações climáticas nos ecossistemas aquáticos, desde o Mediterrâneo ao  Ártico», destacou a academia.

A AQUACOSM-plus é «uma das principais infraestruturas de mesocosmos da Europa» e o consórcio, com 30 parceiros do meio académico e empresarial, em 16 países, é liderado pela alemã FVB - Forschungsverbund Berlin EV.

Desta forma, vai ser possível dar continuidade à Rede Ibérica de Lagoa, instalada em 2014,«com um total de 192 mesocosmos» criados em Portugal e Espanha, com «distribuição geográfica em diferentes ambientes (semiárido, mediterrâneo, temperado e alpino)», para «fornecer informação sobre os efeitos das mudanças climáticas, biogeografia, interações bióticas, biodiversidade e processos ecossistémicos em vários gradientes».

Quanto à IPERION HS - Integrating Platforms for the European Research Infrastructure On Heritage Science, pretende «ampliar o acesso a
laboratórios de excelência»  na Europa na área das ciências do património, incluindo o Laboratório HERCULES da UÉ.

«É mais um passo» para «uma abordagem científica unificada das infraestruturas europeias mais avançadas para a análise, interpretação,
preservação, documentação e gestão de objetos patrimoniais nos campos da História da Arte, Conservação, Arqueologia e Paleontologia», destacou
António Candeias, do Laboratório HERCULES e coordenador da equipa da UÉ na IPERION HS, com 23 parceiros e liderada pelo Consiglio Nazionale delle Ricerche (Itália).

Já a ACTRIS (Aerosol, Clouds and Trace Gases Research Infrastructure Implementation Project), na qual a equipa do investigador do Instituto de
Ciências da Terra da UÉ Daniele Bortoli vai trabalhar, quer «produzir dados sobre a atmosfera» mediante «plataformas de observação fixas e câmaras de simulação».

«Os diferentes processos atmosféricos estão cada vez mais no centro de muitos desafios societais e ambientais, como a qualidade do ar, a saúde, a
sustentabilidade e as alterações climáticas», pelo que esta iniciativa quer  contribuir para a compreensão destes processos e «das interações
biogeoquímicas entre a atmosfera e os ecossistemas», realçou a UÉ.

O consórcio desta infraestrutura, que vai utilizar plataformas de observação fixas localizadas em diversos regimes climáticos, dentro e fora da Europa,
integra 32 instituições parceiras, de 22 países, e é liderado pela finlandesa Ilmatieteen Laitos.

 

Por: Lusa