O modo de atuação do Ginásio Clube Naval de Faro tem sido pautado por sólidos princípios éticos, dialogantes, em prol do desporto e da transmissão dos mais nobres valores aos atletas que representam o seu nome.

Nesse sentido, desde a primeira hora da pandemia que nos tem assolado, o GCNF suspendeu a maior parte das suas atividades e toda a prática desportiva ou formativa, no intuito de proteger atletas, suas famílias, praticantes esporádicos, colaboradores e demais intervenientes na vida do clube. Para tal assumiu prejuízos económicos, bem como a diminuição de performance de diversos atletas que somavam excelentes resultados nas provas em que participavam.

No decorrer deste período, muito foi discutido internamente quanto ao melhor momento para o regresso à normalidade, retomando serviços e a prática desportiva de forma faseada, sempre em sintonia com as recomendações emanadas pelo Governo, pela Direção Geral de Saúde - DGS, bem como pelas várias Federações com quem trabalhamos.

No decurso dos meses de confinamento e fruto das restrições impostas a todo o país, muitas foram as regatas canceladas, ou suspensas, fruto das determinações da Federação Portuguesa de Vela - FPV, com a suspensão do calendário competitivo nacional.

Por tal motivo, foi com muita surpresa e estupefação que no passado dia 4 de Junho, altura em que se mantinham suspensas todas competições do calendário anual de regatas, o GCNF viu surgir o anúncio de uma nova regata, intitulada "Aos Bordos P'lo Algarve" com   organização pelo Marina Yacht Clube de Albufeira - MYCA, sem que essa alguma vez estivesse prevista no calendário anual de regatas que, não obstante, mereceu a aprovação da Associação Regional de Vela do Sul - ARVS - e consequentemente da Federação Portuguesa de Vela. 

Porém, mais grave e surpreendente foi a justificação amplamente difundida pelos organizadores da referida regata, que anunciaram unilateralmente o cancelamento da "Volta ao Algarve à Vela", prova organizada pelo Ginásio Clube Naval de Faro há mais de duas décadas, numa altura em que a esse respeito nada estava decidido por esta Direcção. Assim sucedeu porque o GCNF aguardava orientações para a prática competitiva, que permitissem avaliar a sua realização na data calendarizada, o seu eventual adiamento, ou até a sua anulação.

Importa também salientar a total surpresa do GCNF ao verificar que a regata "Aos Bordos P'lo Algarve", organizada pelo Marina Yacht Clube de Albufeira e cujo Presidente é simultaneamente Presidente da ARVS - entidade que aprovou a sua realização numa altura em que o calendário competitivo nacional estava suspenso -, apresenta também 3 etapas numa óbvia colagem à "Volta ao Algarve à Vela" e anunciada para o mesmo mês desta prova.

Vimos por isto e sobre isto, manifestar o nosso mais profundo desagrado e desacordo pela forma como foi aprovada a realização de uma nova regata sem estar prevista no calendário anual de provas, numa altura em que estavam suspensas todas as competições.

Tal facto lesou o GCNF, clube associado na ARVS e filiado na FPV,  que não teve qualquer possibilidade de se manifestar a esse respeito e ficou sem qualquer margem de manobra para avaliar o adiamento da Volta ao Algarve à Vela, assistindo ainda à difusão de mensagens enganadoras quanto ao cancelamento da "Volta ao Algarve à Vela", numa altura em que nada estava decidido a esse respeito por aguardar orientações das entidades oficiais, facto que apenas ocorreu no passado dia 16 de Junho, data em que foi retomada a realização de provas de competição à vela.

No presente momento, passadas cerca de 48 horas do reinício das competições à Vela, vem o GCNF manifestar a sua intenção de não deixar passar em branco a data da "Volta ao Algarve à Vela", pretendendo realizar uma regata de cruzeiro, costeira, a acontecer no fim de semana em que estava calendarizada a "Volta ao Algarve à Vela", em moldes que garantam o total distanciamento social entre tripulações, na mesma linha ética e de responsabilidade para com todos os nautas que sempre pautou este clube.

 

Direção do GCNF