Loulé vai reabilitar uma área a sul da cidade, com um parque urbano e agrícola com mais de 54 hectares, onde a autarquia pretende reabilitar a atividade agrícola, criar áreas lúdico-desportivas e uma via panorâmica.

“O objetivo é reabilitar uma vastíssima área a sul da cidade de Loulé que tem excelentes condições de exposição sobre um cenário único com vista para o mar e reabilitá-lo, porque ainda é possível identificar traços de uma atividade secular muito estruturada em Loulé, que é a agricultura”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara, Vítor Aleixo.

O projeto ainda não está fechado, mas a autarquia pretende tê-lo concluído no próximo ano e encetar o quanto antes as obras da primeira fase.

O projeto, concebido pelo arquiteto paisagista João Ferreira Nunes, pretende reaproximar Loulé das suas raízes agrícolas, fomentar o contacto com a natureza e entrar numa nova lógica de mobilidade urbana.

Apontando o Parque Urbano e Agrícola de Loulé como um dos projetos estratégicos para a cidade, Vítor Aleixo sublinhou que a ideia tem por base um conceito novo e vai ser desenvolvida de forma gradual.

A primeira fase vai incluir a requalificação de caminhos, muros, sistemas de drenagem natural e margens da Ribeira do Cadoiço e a instalação de iluminação, mobiliário urbano e sinalética.

Segundo o arquiteto Carlos Pinto, responsável pelo projeto municipal “Viver Loulé”, pretende-se proporcionar “uma experiência rural e urbana completa” aos residentes e aos turistas, ao recuperar a ligação secular entre a vila de Loulé muralhada abastecida pelos alimentos produzidos nos terrenos que a rodeavam.

A autarquia já está a promover reuniões com os proprietários dos terrenos da zona para oferecer ajuda técnica para a reabilitação da atividade agrícola daquela zona, incluindo a recuperação dos pomares de amendoeiras, alfarrobeiras e figueirais, e promover a aproximação entre produtor e consumidor.

Gradualmente, os responsáveis pelo projeto esperam que esta área se torne um anfiteatro natural com vista panorâmica para o mar e onde, durante a época baixa, seja possível voltar a apreciar um “mar” de amendoeiras em flor, antigo cartaz turístico do Algarve.

O projeto para o troço sul da circular de Loulé, quase todo em viaduto, foi substituído por uma via panorâmica de circulação que liga a rotunda do Parque das Cidades à zona do cemitério.

O abandono do viaduto de circulação automóvel é justificado por aquele responsável municipal pela mudança de filosofia em termos de mobilidade urbana e pelo facto de ser um projeto muito dispendioso.

A via panorâmica está prevista para a segunda fase do projeto, que inclui, ainda, a requalificação de vias que façam a ligação harmoniosa da área com a cidade, a recuperação de antigos equipamentos hidráulicos no Talvegue D’el Rei para criar pequenas reservas de água e criar pequenos programas pedagógicos temáticos.

Para a terceira fase está prevista a construção de zonas desportivas públicas e zonas de recreio ativo e a recuperação de edifícios existentes que vão servir de espaços de apoios às novas atividades ali desenvolvidas.

A área inicial do projeto ronda os 54,5 hectares, mas Carlos Pinto observou que existe margem para atingir os 300 hectares.

 

Por: Lusa