O reitor da Universidade do Algarve (UALg) considera que a fatia de 33 milhões destinados no Orçamento de Estado (OE) de 2017 àquele estabelecimento de ensino é muito curta e insatisfatória para fazer face às necessidades reais.

António Branco explicou ontem, durante um encontro com jornalistas, que o orçamento previsto é insuficiente, restando como fontes alternativas o aumento de propinas, candidaturas a projetos financiados e prestações de serviço, áreas onde a UALg já está a trabalhar.

Em comparação com o orçamento de 40 milhões de euros que a universidade obteve em 2010, existe uma diferença de sete milhões que resulta na contenção “enorme” em toda a universidade, na falta de investimento, na falta de manutenção dos edifícios da universidade e na falta de renovação tecnológica.

António Branco disse que se fosse possível obter 50% dos sete milhões de euros de diferença entre os orçamentos de 2010 e 2017 “o equilíbrio orçamental da universidade estava encontrado”.

Para tal, admite que o aumento teria de ser aplicado a todos os estabelecimentos de ensino superior nacionais.

António Branco comentou que na reunião realizada esta semana com o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, os reitores das universidades portuguesas manifestaram um sentimento de insatisfação pela dotação orçamental que está prevista no OE 2017.

Comparativamente ao orçamento de 2016, a UALg tem um aumento de 2,5%, que António Branco explicou corresponder ao valor necessário para a reposição de salários dos funcionários daquela academia.

O reitor da UALg disse compreender o contexto de definição do orçamento, mas sublinhou que, agora que o memorando da Troika já não está em vigor, a expectativa é de uma reaproximação de valores às necessidades reais.

“A expectativa é de que nos voltemos a aproximar de alguma maneira de valores de dotação que correspondam efetivamente àquilo de que o país precisa que a Universidade do Algarve precisa e ainda estamos muito longe dessa dotação”, observou.

Confrontado com o voto contrário do conselho geral da UALg ao aumento de propinas, António Branco disse que a “boa notícia” está na grande afluência registada por alunos estrangeiros que têm propinas diferenciadas, ou seja, superiores às pagas pelos alunos portugueses.

Atualmente, a UALg conta com oito mil alunos a frequentar vários cursos.