GENEALOGIA por Manuel da Silva Costa | mscosta2000@hotmail.com

Uma Mealha era metade da moeda de cobre, chamada Dinheiro, fundada por D. Afonso Henriques (1128-1185) e que pode também estar na origem do apelido. Analogamente existiu em Loulé o apelido Maticais, que em Árabe é nome de peso para matérias preciosas (1 mithqal = 24 quilates ou 96 grãos). A actual moeda de Moçambique é o Metical...

O Vale de Mealla, com a sua Fortezza, fica na Toscânia (Itália). Na freguesia de Cachopo encontra-se a aldeia de Mealha e em S. Brás de Alportel e em Salir sítios das Mealhas. Existe como apelido em Espanha, de onde pode ter vindo para o Algarve. Pode a origem remota ser Romana (151 a.C.-410 d.C.) e sobrevivido aos períodos Bárbaros (410-711) e Muçulmano (711-1249) até aos nossos dias...

Já em 1281, João Eanes Mealha, com sua mulher, fica foreiro de forma transmissível, de duas casarias na Horta d’El Rei (Loulé), por seis libras anuais (M. F. Botão, 2009).

O apelido não aparece nas Actas de Vereação de Loulé (1384-1527), mas em 1567 há referência a Bertalomeu Mealha testemunha em Santa Bárbara de Nexe (Santa Bárbara de Nexe, 2006).

Os registos paroquiais dão notícia (1599) de Catarina Mealha e José Pinto, casados em Boliqueime. Nasceram por volta de 1600, Domingos Lourenço Mealha e Beatriz e/ou Madalena dos Reis, casal de Quelfes.

José da Costa Mealha foi comerciante, presidente da Câmara Municipal de Loulé (1905-1919) e grande benemérito (outros tempos). Impulsionador da construção do Mercado Municipal e da Avenida que adoptou o seu nome, ofereceu para tal a planta e 15 000$00. Foi uma das muitas vítimas da “pneumónica”. A viúva Maria Francisca Mendonça Mealha, continuou a custear as obras (J. F. M. Palma, 2009).

Nota: Na proximidade de Mealha (Cachopo) encontra-se a Anta das Pedras Altas, do período Calcolítico (milénios IV-III a.C.). Aldeia adentro destacam-se casas circulares de xisto e telhados cónicos de origem Celta (séculos IV-II a.C.). Estas populações pré-romanas representam cerca de 80% do património genético dos Algarvios atuais (Beleza et al. 2005).