por Fábio Bota | f.s.bota@gmail.com

Para encontrar a sintonia com a evolução do meio envolvente, no que respeita às Politicas Sociais, as juntas de freguesia devem investir no saber científico e contribuir com projetos de intervenção permitindo a criação de condições para que os cidadãos e a comunidade desenvolvam formas de organização participada, que visem a resolução dos seus próprios problemas sociais e com vista à promoção da saúde mental. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) Saúde é definida “não simplesmente a ausência de doença” mas como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social”.

A Psicologia é uma ciência que tem como um dos seus objetivos primordiais a promoção da saúde mental, e devem ser criadas oportunidades para dar resposta à necessidade sentida pela população com maior vulnerabilidade ao nível social e económico no acesso aos serviços de psicologia.

A Junta de Freguesia deve garantir que todas as pessoas, independentemente do seu estatuto socioeconómico, possam ter acesso a um serviço de qualidade que assegure um direito fundamental do ser humano: a saúde mental.

É prioritário criar um serviço de consulta e acompanhamento psicológico que proporcione atendimento, avaliação, acompanhamento psicológico, psicoterapia e mediação. O propósito deverá ser a possibilidade de   potenciar a articulação e intervenção a nível  da saúde mental, da educação global,  potenciando a cidadania e participação ativa  dos cidadãos.

No que respeita à população mais jovem, sobre a qual recaem inúmeras problemáticas relacionadas com o desenvolvimento cognitivo, a escola, a relação com os pares e a adolescência, torna-se fundamental dinamizar projetos junto, e em parceria com a comunidade escolar da freguesia, onde se deve oferecer apoio psicológico individual aos alunos dentro e fora do contexto escolar, consulta vocacional, dinamizar acções de sensibilização variadas, ao nível da regulação emocional, da educação parental, gestão de conflitos, promoção de competências pessoais e sociais e de prevenção primária (violência no namoro, sexualidade, bullying e comportamentos de risco). Nesta ótica, além da manutenção de uma constante proximidade e comunicação com o corpo docente da escola, há ainda um plano de intervenção em grupo, procurando garantir uma intervenção primária na tentativa de evitar o aparecimento de diversas problemáticas.

A população sénior deve ser sempre, também, uma preocupação no que respeita à saúde mental, sendo importante e fundamental potenciar o bem-estar psicológico do idoso, promover a sua autonomia, independência e qualidade de vida, através da criação da possibilidade de consulta psicológica individual, especialmente para a população com baixos recursos económicos e mais fragilizados no actual contexto socioeconómico. Neste tipo de serviço deverá ser possível ajudar os idosos a lidar com as transformações psicossociais inerentes ao processo de envelhecimento e combater o isolamento e a exclusão social da pessoa envelhecida.

Um serviço multidisciplinar como este, deixa também em aberto a possibilidade de oferecer ajuda aos habitantes da freguesia no que respeita à resolução dos conflitos que os afetem, através da mediação de conflitos que lhes permita uma participação ativa na criação das soluções para as situações apresentadas.

Deste modo, a criação de um serviço de psicologia na freguesia, visa a possibilidade de oferecer apoio em vários domínios aos seus habitantes e prestar um serviço de qualidade em articulação com as entidades locais de apoio, como a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, Centro de Saúde e instituições de apoio social.