A história dos Judeus está relatada no Antigo Testamento. Após a conquista do Reino da Judeia e da destruição do templo de Jerusalém pelos Romanos (70 d.C.), seguiu-se a diáspora.
Os que vieram para a Ibéria ficaram conhecidos por Sefarditas. Perseguidos pelos Visigodos desde 612 foram expulsos de Espanha em 1492, data da ampliação da Judiaria de Loulé... E de Portugal em 1496.
Muitos Sefarditas rumaram a Marrocos e ao Império Turco. Ficaram os conversos ou Cristãos Novos que engrossaram o número de vítimas da Inquisição (1536-1821).
Foi mais tardia (1596) a emigração para os Países Baixos onde fundaram a Sinagoga Portuguesa de Amsterdão (1675). Durante o Holocausto transitaram Sefarditas pelo campo de concentração de Westerborg como atestam registos de 60 apelidos Portugueses diferentes.
Quanto à caracterização genética dos Sefarditas (Adams et al., 2008), verificam-se os principais haplogrupos masculinos (Y) – J2 (25%), J1 (22%), G (16%) e R1b (13%), cujas frequências se assemelham às de Arménios, Libaneses, Italianos, Gregos... Assim, a influência Judia na Ibéria e no Algarve em particular, confunde-se com a Neolítica, Fenícia, Romana...
Recorrendo à genealogia, observou-se pouca herança Judia no Algarve. Em 4381 registos paroquiais encontraram-se:
- Inês Gonçalves, Cristã Nova, de Almodôvar, casada (c.1535) com o sapateiro Pedro Amado, Cristão Velho, de Carnide (Lisboa), tiveram descendência em Faro.
- Beatriz Vieira, ¼ Cristã Nova, casou em Albufeira (c.1530) com Mem Rodrigues Alvaleide.
Houve Sefarditas notáveis como Carlos Marques (fig.), autor do “Capital, 1867”, tio avô do “Lusófono incondicional” Pierre Fusenig, professor Luxemburguês, grande amigo dos Portugueses aí radicados, viajeiro por toda a Lusofonia, fundador junto da CE das “Intercultural Activities for Children”...
Alguns Sefarditas mantiveram os apelidos originais como a Isabel Levy, casada com o Asquenazi (Judeu Europeu Oriental) Carlos Schwarz. Agrónomos coerentes criaram vasta obra social (AD) na Guiné Bissau.
