Um ano depois de Vicente de Mateos ter surpreendido na Volta a Portugal, o Louletano-Hospital de Loulé parte para a 79.ª edição da prova rainha do calendário nacional com a confiança de que o ciclista espanhol pode sagrar-se vencedor.

Após várias edições a desempenhar o papel de animadora de etapas e de candidata ao ‘top 10’ final, a equipa algarvia deu este ano um salto de qualidade, assumindo-se como favorita à amarela final, com o polifacetado Vicente García de Mateos.

“Temos o Vicente de Mateos que vai com ambição de poder estar na discussão da Volta a Portugal. Esse é um dos objetivos. E também podermos ganhar uma etapa ou duas”, enumerou Jorge Piedade à agência Lusa.

O diretor desportivo do Louletano-Hospital de Loulé não teve problemas em reconhecer que, depois da surpreendente prestação do ciclista espanhol no ano passado (foi oitavo), a sua equipa se apresenta esta sexta-feira em Lisboa, de onde vai partir a 79.ª edição, com um maior grau de responsabilidade.

“Estamos com ideia de poder, sinceramente, estar na discussão da Volta a Portugal. Sem dúvida que o Vicente é dos melhores corredores que temos em Portugal. Tem características que lhe permitem estar presente em todos os terrenos. É um homem que pode sprintar, pode ganhar no contrarrelógio, pode ganhar na montanha, a descer. Ele ganha em qualquer tipo de terreno. O Vicente é um corredor talhado para qualquer tipo de terreno. Eu, sinceramente, digo que ele vai estar com os melhores”, salientou à Lusa.

A confiança de Jorge Piedade neste velocista transformado num todo-o-terreno é tal, que não hesita em disparar que espera bem que a candidatura do seu ciclista seja à amarela e não ao pódio.

“Os homens que me preocupam mais na Volta a Portugal são o Gustavo Veloso e o Raúl Alarcón. Conheço bem o Alarcón, ele foi meu ciclista. Evoluiu bastante e é simplesmente dos melhores corredores que temos em Portugal e, para mim, é um dos mais fortes entre os inscritos. A corrida vai ser para o Veloso, mas tendo em conta sempre o Alarcón”, analisou, referindo-se aos dois homens da W52-FC Porto.

O diretor desportivo da formação de Loulé considerou que, pela lógica, deveria ser o contrarrelógio de Viseu, marcado para a última etapa, a decidir a Volta, mas realçou que pode acontecer muita coisa.

“Depende das situações [de corrida]. A W52-FC Porto tem muitos corredores que podem ganhar a Volta. Pode surgir uma surpresa, como o ano passado [Rui Vinhas ganhou na sequência de uma fuga bem-sucedida]”, recordou.

Jorge Piedade desvalorizou ainda a ausência de uma chegada à Torre, na Serra da Estrela, embora tenha admitido que era algo mítico na Volta a Portugal.

“Para o ciclismo, é bonito, é espetacular. Se calhar faziam-se diferenças maiores, mas elas ainda existem na chegada à Guarda, porque temos de passar pela Torre e descer. Vamos sempre ligeiramente a subir para a Guarda, onde há uma contagem de montanha. A diferença é que, no ano passado, chegaram 13, 14 corredores [à Guarda], e no alto poderiam chegar cinco ou seis”, completou.

 

Louletano-Hospital de Loulé

Equipa: Vicente García de Mateos (Esp), David de la Fuente (Esp), Nuno Ferreira (Por), Helder Ferreira (Por), Luís Mendonça (Por), Óscar Hernández (Esp), Rui Rodrigues (Por) e André Evangelista (Por).

Diretor desportivo: Jorge Piedade.

  

Por: Lusa