GENEALOGIA por Manuel da Silva Costa | mscosta2000@hotmail.com

O clima e as suas mudanças foram decisivas na formação e decadência das civilizações. Os períodos da história do Algarve, com temperatura mais elevada foram os mais deprimentes, coincidindo com invasões de povos do norte. Pelo contrário, as épocas frias foram as mais prósperas e de influência mediterrânica.

O H. sapiens chegou ao Algarve há 32 500 anos durante a Glaciação Würms. O clima era como o da atual Escandinávia. As gravuras de Foz Côa são desta altura.

Há 11 500 o clima foi-se amenizando e evoluímos do Paleolítico para o Mesolítico, já com a pastorícia (fig.1, negroide de olho azul).

A revolução Neolítica surgiu no “Crescente Fértil” e provocou sedentarização, o surgimento das urbes e da escravatura. A agricultura chegou à Ibéria há 7500 anos; segue-se o Calcolítico há 6000 anos, visível na necrópole de Alcalar; e o Bronze (fig.2) há 4500 anos.

No século VIII a.C., em clima mais frio, chegaram do Líbano os Fenícios (fig.3). Trouxeram a escrita (Sudoeste), o ferro e fundaram colónias - Conistorgis (capital dos Conii), Balsa, Ossónoba, Silvis...

A temperatura voltou a elevar-se no século VI a.C. provocando crescimentos demográficos na Europa Central. Os Celtici (fig.4) invadem o Cineticum (Algarve), aonde fundam Lacobriga.

Novo arrefecimento. Os Romanos expulsam (206 a.C.) os Cartagineses da Ibéria e chegam ao Cineticum em 151 a.C. (fig.5, Galba).

A partir de 407, em clima mais quente, invasões de Alanos, Vândalos, Suevos, Visigodos (fig.6) resultam na queda do Império Romano. Bizâncio (fig.7, Belisário) recupera o Mediterrâneo e o Algarve (554-625).

Em 711 Árabes (fig.8, al Mutamid) e após 1061, Berberes (fig.9, al-Mumin) invadem a Ibéria durante outro período frio. São derrotados pelos Cristãos no Garb (fig.10, Paio Peres Correia) á medida que o clima volta a aquecer.

O apogeu das “Descobertas” coincide com a “Pequena Glaciação”, a qual finda após as Invasões Francesas (814).

Infelizmente, desde então temos vivido em clima quente. A metade sul de Portugal fixa só 10% da população.