Antes que fosse possível estampar a fotografia, o desenho e a gravura em madeira foram as artes capazes de registar e imprimir as imagens do nosso património.

Numa obra que reúne muitas centenas de gravuras, impressas nas publicações periódicas portuguesas oitocentistas, procurámos criar um conjunto de «álbuns» que mapeassem o território nacional através da reprodução do que o nosso Alexandre Herculano classificou como os «objectos ausentes» capazes de nos ajudarem a aprender a ver os originais.

E o nosso Roteiro de Portugal através da gravura oitocentista assume o propósito de recuperar todo o enorme esforço que editores, publicistas, historiadores, desenhadores e gravadores fizeram, ao longo do século XIX, para sensibilizarem os portugueses para a salvaguarda dos nossos lugares, tradições, monumentos e, em suma, de muitos dos símbolos que fazem parte da nossa história colectiva.

O primeiro «álbum» a ser editado, com a chancela Obra de Bico, arquiva um conjunto de 142 gravuras que se reportam aos distritos de Faro, Beja e Setúbal.

Tratando-se de um projecto de relevante interesse histórico, social, mas também turístico, que acaba por se cruzar com a decisão do Parlamento Europeu estabelecer 2018 o Ano do Património Cultural, alguns municípios não têm ficado indiferentes, designadamente aderindo com entusiasmo e apoio.

O lançamento do primeiro volume da obra será apresentado no Museu de Portimão, no próximo dia 22 de Dezembro, sexta-feira, às 18,30h.

A sessão contará com a presença do Dr. Manuel da Luz, que o apresentará, enquanto o autor aproveitará para falar sobre a gravura em madeira no contexto da história do livro e da imprensa escrita, sobretudo da chamada imprensa ilustrada ou popular, e da sua importância no que diz respeito ao registo e divulgação do património nacional.

 

Por: José pacheco