Mais de uma centena de participantes ovacionou, emocionada, as palestras que decorreram em Albufeira para assinalar as Comemorações do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. Mafalda Ribeiro e Paulo Azevedo trouxeram histórias de vida mas, mais do que isso,...

...uma palavra de esperança e de optimismo a todos aqueles que lutam pelo seu lugar em meios geralmente adversos, a começar, pela instituição daquilo a que se convencionou chamar de “norma”.

“Que este seja o início de uma boa prática na qual vamos continuar a sensibilizar os nossos munícipes“, referiu o Presidente da Câmara Municipal de Albufeira, Carlos Silva e Sousa, na abertura das palestras que assinalaram as Comemorações do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência em Albufeira. As palestras ficaram a cargo da jornalista Mafalda Ribeiro e do ator Paulo Azevedo, numa acção que contou com mais de uma centena de participantes, os quais ovacionaram, emocionados, as palavras de um e de outro.

Responsável pelo Pelouro da Ação Social, a vereadora Ana Pífaro salientou que foi “um dia de experiências fantásticas, uma lição de vida, um exemplo de dignidade e personalidade. O que aqui vivemos foi uma grande partilha de emoções. Ficamos muito gratos ao Paulo Azevedo e à Mafalda Ribeiro pelo privilégio de termos partilhado este dia com eles. As suas experiências são um verdadeiro alento para os nossos munícipes que se encontram em situações similares, assim como para os familiares e técnicos”.

Refira-se que para além de público diverso, a maioria constituiu-se de pessoas com deficiência, familiares e amigos e técnicos de instituições, nomeadamente da UNIR – Associação dos Doentes Mentais, Família e Amigos do Algarve, APEXA – Associação de Apoio à Pessoa Excepcional do Algarve, Santa Casa da Misericórdia de Albufeira e a Paróquia de Paderne, que tem a seu cargo o Centro Paroquial com apoio social, representado pelo pároco, o Pe. Pedro Manuel, entre outros.

Mafalda Ribeiro é bem conhecida do grande público e as suas palavras constituíram um verdadeiro tesouro para todos os presentes, independentemente do grau próprio de deficiência. A jornalista e escritora refere que “fazer da nossa vida um lugar passível do outro querer visitar, demorar-se e talvez vir a habitar é da nossa total responsabilidade. E é por si só um tremendo privilégio que precisamos honrar!”, acrescentando que prefere “viver a vida ao máximo” do que “viver a vida bem”, que prefere “responder por coerência e não por intensidade” e que é seu propósito “descobrir os que estão e os que são”. Mafalda Ribeiro apresenta-se como um ser que busca “encontrar um sentido para a ilógica dos factos”, “na única Esperança que me faz manter esta luz no olhar. A pedir sempre para ser capaz de nunca me cansar de olhar para cima.” Paulo Azevedo, por seu turno recordou o quanto o seu avô chorou quando decidiu ir para Lisboa, disposto a ser ator. Mas fê-lo porque incomodava-o a frase “mais valia não ter nascido”: “ e eu sentia que ainda não tinha nascido. Necessitava de arriscar, porque ser diferente não é ser inferior. O difícil não é o impossível e todos os obstáculos podem ser ultrapassados.”

O grande entusiasmo dos participantes neste encontro é já uma promessa de voltar a haver mais iniciativas congéneres no Município de Albufeira.

 

Por: CM Albufeira