«Por que razão um consumidor com gás engarrafado paga mais do que outro que usa energia equivalente em gás natural? Não servem as duas energias o mesmo fim: aquecer e cozinhar?»
Desde 2013 que alertamos para a baixa concorrência nos preços do gás engarrafado e para a diferença de valor face ao gás natural.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística, dois terços dos lares nacionais recorrem a garrafas de gás, estamos assim perante uma grande fatia da população que, sem grandes alternativas, é obrigada a usar uma energia mais cara e menos prática. Temos vindo a pressionar as autoridades competentes, mas, até final de 2017, pouco mudou. Trata-se de uma discriminação inaceitável, sobretudo quando a Autoridade da Concorrência confirmou, em março deste ano, que existe uma elevada concentração do mercado do gás engarrafado e que os consumidores compram o produto mesmo que os preços aumentem, uma vez que precisam deste bem.

Entre julho e setembro deste ano, recolhemos 3360 preços em 961 estabelecimentos de todos os distritos do Continente e na Madeira (nos Açores vigora um regime de preços máximos). Verificámos que o gás butano continua a ser mais caro nas regiões do sul, em especial nos distritos de Beja, Faro e Setúbal, e mais baixo a norte.

Para piorar, em muitas localidades, os consumidores não podem mudar para gás natural. A distribuição do gás natural tem de ser feita em condições de viabilidade económica. Mas deve rever-se o regime de preços vigiados e implementar medidas que diminuam a diferença entre o gás natural e o engarrafado, para que não haja uma diferença tão grande em energias que servem o mesmo propósito.

Para ter uma melhor noção do custo do gás engarrafado no País, consulte a plataforma www.poupenaboija.pt; Nesta, encontra um mapa interativo com o custo dos vários tipos de gás em diferentes espaços. Além das nossas recolhas regulares, pedimos aos consumidores que indiquem quanto costumam pagar e que ajudem a manter os preços atualizados.

 

Por: DECO