O apelido Leal deriva de alcunha. Em Torres Vedras há notícia do Cónego (1320-35) Martim Peres Leal e do seu familiar Rodrigo Eanes Leal.
Em Portugal a família Leal (fig. brasão), segundo autores antigos, possuía armas referidas no desaparecido Livro dos Reis de Armas (António Godinho, 1509).
Em Espanha o apelido Leal remonta à guerra de sucessão de Castela entre o Rei D. Pedro I “Cruel” (1350-69) e o seu meio irmão e matador, o futuro D. Henrique II (1369-79). Por coincidência reinaram na mesma altura três Pedros “Cruel”, em Castela, em Portugal e na Rússia...
Querendo D. Henrique II ocupar uma quinta nos arredores de Madrid, a qual dispunha de uma torre estratégica, desentendeu-se com o proprietário que era partidário de D. Pedro I. D. Henrique entrou à força e pelo sucedido a quinta passou a chamar-se de Torrecilla del Leal e os descendentes do enforcado adoptaram o apelido.
No Algarve, Leal tanto pode ter vindo de Portugal como de Espanha. O mais antigo encontrado foi Lourenço Martinz Leall, referido como besteiro aposentado (1493) e como “codrilheiro” de Alportel (1494), nas Actas de Vereação de Loulé.
Talvez sejam filhos do anterior João Leall, Lourenço Leall e Álvaro Leall. Os últimos estão referenciados em 1526 nas mesmas Actas, por “receberem penas” de 100 reais deixadas em testamentos.
Gabriel Leal, casado (c.1580) com Maria Vaz, residentes em Salir, já tinham falecido em 1608, quando do casamento do filho João Fernandes com Maria Fernandes de Oliveira. Podem ser ascendentes de Bento Leal, também de Salir e casado (c.1635) com outra Maria Fernandes.
Martinho Leal e Leonor Pinheira, residentes em Estoi e pais de Bárbara Pinheira nascida em 1598, devem ser familiares de Francisco Leal, casado (c.1625) com Brázia Dias e residentes no Guelim, S. Bárbara de Nexe.
Diogo Leal do Laborato, Martim Longo, foi casado (c.1675) com Catarina Estevens. Seu filho Marcos Rodrigues Leal foi “soldado pago” de Faro e veio casar a Betunes, Loulé, com Leonor Maria, em 1717...
