Os deputados do PSD, Cristóvão Norte e José Carlos Barros, submeteram hoje um conjunto de questões dirigidas ao Ministro da Saúde a respeito da situação que se vive no Centro de Medicina e Reabilitação do Sul, unidade localizada em S. Brás de Alportel,...

... com uma lotação de internamento de 54 camas, que recebe doentes com lesões medulares, traumatismos cranioencefálicos, acidentes vasculares cerebrais e outras patologias do foro neurológico, reumatológico, ortopédico, cardiovascular e pneumológico. Estas questões resultam das denúncias de pessoal clínico, trabalhadores e utentes, os quais assistem inconformados à quebra da oferta assistencial da instituição e ao desvirtuamento da sua missão.

Esta unidade foi integrada, por decisão do Governo em Julho passado, no Centro Hospitalar Universitário do Algarve, após um período em que esteve sob a jurisdição da ARS, período esse em que metade das camas estavam encerradas por falta de recursos humanos. Ora, a solução encontrada foi assumida pelo Governo como a mais adequada em termos de gestão, quer do ponto de vista do recrutamento de recursos humanos, quer do ponto de vista da autonomia financeira do CMR SUL.

Foi publicamente assumido que os problemas seriam prontamente resolvidos. Todavia, não é isso que se verifica. A situação agravou-se e o CMR SUL vive a maior crise da sua história com 1/3 das camas encerradas. As filas de espera aumentam, o que é dramático quando as patologias que exigem o recurso àquela unidade – altamente especializada e de ponta - apenas podem ser debeladas se o tratamento for iniciado com a maior antecedência possível. Está em grave risco a missão desta unidade e mais desprotegidas as populações que a mesma serve, as quais abarcam os distritos de Faro e Beja.

Antes da integração, o PSD apresentou um projecto para que a instituição fosse dotada com os meios necessários, mas rejeitou sempre que a mesma fosse tornada num hospital de campanha para casos em que os hospitais não dessem resposta. Tal se viesse a acontecer poria em causa a especialização da instituição e progressivamente prejudicaria a qualidade do seu serviço, ou seja, desvirtuaria a sua missão desprotegendo largas camadas da população de um serviço clínico determinante.

Infelizmente, é o que está a suceder. O mesmo Governo que não conseguiu suprir as carências de enfermeiros de modo a que fosse reaberto o piso encerrado e se servissem as populações , coloca agora enfermeiros para reabri um piso e remover os doentes internados na urgência do Hospital de Faro para esta unidade, o que é um primeiro passo para desmantelar a instituição. Tal deve ser travado. O CMR SUL não é um serviço de urgências.

Por isso, alertando o Governo para a gravidade da situação, os deputados exigem resposta para as seguintes questões:

  • Tem conhecimento o Governo, por via da ARS ou do CHUA, desta decisão? Se sim, concorda com a mesma?

  • Que medidas vai tomar para que o CMR SUL volte a funcionar nos termos previstos, cumprindo a sua missão original, designadamente  tratamento de lesões medulares, traumatismos cranioencefálicos, acidentes vasculares cerebrais e outras patologias do foro neurológico, reumatológico, ortopédico, cardiovascular e pneumológico, com resultados excepcionais?

  • Quantos enfermeiros serão contratados e quando?

  • Garante o Governo que este episódio de internamento de doentes da urgância do Hospital de Faro não é para repetir?

 

Por: PSD