Os alunos dos cursos profissionais que chegam ao ensino superior são uma minoria, ao contrário dos estudantes dos cursos científico-humanísticos, cuja grande maioria prossegue estudos superiores, revela um relatório da Direção Geral de Estatística.

A Direção-Geral de Estatística da Educação e Ciência (DGEEC) decidiu analisar o percurso académico de milhares de alunos um ano após terminarem o ensino secundário e confirmou que a realidade entre os alunos dos tradicionais cursos científico-humanísticos e dos cursos profissionais é oposta.

Cerca de 80% dos alunos dos cursos científico-humanísticos seguem para cursos de ensino superior quando terminam o secundário, enquanto mais de 80% dos estudantes dos cursos profissionais não se inscrevem em instituições de ensino superior, segundo dados dos últimos seis anos.

Segundo o relatório da DGEEC, a maioria dos alunos dos cursos científico-humanístico seguiu para cursos de licenciatura ou de mestrado integrado, com destaque para os estudantes de Ciências e Tecnologias: um ano após terminarem o ensino secundário, 84% estavam numa instituição de ensino superior.

Mais de 80% dos estudantes da área de Ciências Socioeconómicas (83%) também prosseguiram os estudos, seguindo-se os de Artes Visuais (74%) e, finalmente, os de Línguas e Humanidades (69%).

Olhando para o mapa de Portugal, não existem grandes diferenças tendo em conta o distrito da escola secundária destes alunos, com Castelo Branco em primeiro lugar (85%) e Faro em último (74%).

Já entre os alunos que concluíram o ensino secundário profissional “a situação é radicalmente diferente”, refere o estudo da DGEEC divulgado este mês.

Um ano após terem terminado o secundário, 84% dos alunos não estavam inscritos em instituições de ensino superior, “não sendo possível apurar, com base nos dados disponíveis na DGEEC, quais foram as suas atividades neste ano subsequente", refere o relatório daquele organismo do Ministério da Educação.

Apenas 06% destes alunos iniciaram um curso de licenciatura ou de mestrado integrado um ano após a conclusão do ensino profissional, havendo ainda cerca de 10% que frequentaram cursos de instituições de ensino superior que não conferem grau superior - Cursos de Especialização Tecnologia (CET) ou Cursos de Técnico Superior Profissional (TeSP).

Entre os alunos que seguiram para o ensino superior, destacam-se os estudantes das áreas das artes do espetáculo, silvicultura e informática, ao contrário do que aconteceu entre os que terminaram cursos profissionais de hotelaria e restauração e de técnicas de diagnóstico e terapêutica.

Os distritos do país com mais alunos no ensino profissional (Lisboa e Porto) são os que têm taxas mais baixas de transição para o ensino superior (11%), significando "uma grande quantidade de alunos "perdidos" para o ensino superior", refere o estudo.

A maioria dos alunos que continua os estudos opta por cursos TeSP e não por cursos de licenciatura ou mestrado integrado.

Sobre as restantes modalidades do ensino secundário, destaca-se a metade dos seiscentos alunos que concluiu o ensino artístico especializado nos anos mais recentes e que seguiu para o ensino superior.

 

Por: Lusa