O presidente da Câmara de Faro garantiu hoje que a comunidade cigana que está alojada temporariamente no pavilhão da Penha voltará ao seu acampamento esta semana, rejeitando a possibilidade de construção de casas pré-fabricadas ou instalação de contentores.

"A curto prazo, vamos apoiar aquelas famílias a voltar para o seu acampamento, proporcionando-lhes algumas condições para refazer as habitações onde estavam, e vamos acompanhar em termos sociais, também com os projetos que já tínhamos inicialmente. Isso é o imediato. Esta semana, voltarão para os seus locais", disse Rogério Bacalhau.

O autarca falava no final de uma reunião com a secretária de Estado da Habitação, Ana Pinho, realizada hoje, em Faro, na qual foi analisada a questão da habitação social no concelho.

A comunidade cigana de cerca de 150 pessoas, das quais 52 crianças, está instalada de forma temporária no pavilhão municipal da Penha desde 04 de março, depois de o seu acampamento, situado na zona do Cerro do Bruxo, na periferia da cidade, ter sido afetado pelo mau tempo.

Questionado sobre a possibilidade de construção de casas pré-fabricadas ou contentores, que alguns dos membros da comunidade terão exigido, o presidente da Câmara de Faro assegurou que isso "não é exequível de momento e, portanto, não está sequer em cima da mesa".

Rogério Bacalhau acredita que a comunidade cigana não colocará problemas em regressar ao acampamento, uma vez que, explicou, se o pavilhão "tem condições contra o mau tempo", essas condições não são confortáveis para as famílias que "estão todas juntas no mesmo espaço" e "não têm privacidade nenhuma".

Ana Pinho esteve em Faro para divulgar os dois instrumentos de política habitacional que o Governo está a preparar e que a câmara poderá utilizar quando entrarem em vigor, mas, sobre o problema desta comunidade, no imediato, realçou que "as soluções no terreno" estão a cargo do município.

O programa 'Primeiro Direito', para apoio a famílias que vivem em situações precárias, estará disponível dentro de dois meses e meio, e o programa 'Porta de Entrada', que dá a resposta a situações originadas por catástrofes, entrará em vigor dentro de um mês, revelou a governante.

De acordo com Rogério Bacalhau, a Câmara de Faro está a preparar um plano municipal de habitação, que será apresentado no próximo mês, o qual passa por construção a custos controlados para famílias jovens, por construção social de emergência e por realojamentos das situações sociais mais graves.

 

Por: Lusa