Uma empresa de simuladores de realidade virtual com sede no Brasil anunciou a intenção de instalar uma unidade de produção, um centro de investigação e uma arena de jogos eletrónicos em Faro.

Em conferência de imprensa na Câmara de Faro, o presidente da empresa Motion Sphere referiu que a unidade de produção, ainda em fase embrionária, poderá implicar um investimento inicial de três milhões de euros e a criação de 15 a 20 postos de trabalho, para construir 20 a 30 esferas de realidade virtual ao longo do primeiro ano de trabalho.

"O modelo de negócio passa pela venda de equipamentos a empresas, grandes feiras, ações de 'marketing' ou centros de entretenimento", explicou Beto Facci, que espera ter avanços concretos em relação ao projeto nos próximos seis meses, apesar de ainda não haver sequer terreno estudado para a localização de uma fábrica.

O empresário brasileiro assinou hoje durante a tarde um protocolo de colaboração com a Câmara de Faro, depois de, durante a manhã, ter assinado um acordo semelhante com a Universidade do Algarve.

As esferas de realidade virtual que a empresa produz - com um custo de produção de 80 a 100 mil euros - permitem "experiências imersivas e altamente realistas", como é o caso do equipamento de simulação de corridas de automóveis que está disponível, de forma gratuita, até 8 de abril, no centro comercial Forum Algarve, em Faro, pela primeira vez na Europa.

O interesse em investir na capital algarvia partiu de Haroldo Sato, outro dos responsáveis da empresa, que se mudou para o Algarve há cerca de um ano e foi contactando com empresários locais e, posteriormente, com o CRIA - Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da Universidade do Algarve, para abrir caminho a futuras parcerias.

"Estamos a trazer uma semente de projetos inovadores que parece ter caído em solo extremamente fértil. Precisamos de apoio para que a semente cresça", sustentou Beto Facci, aludindo ao modelo de expansão de uma empresa que já conta com unidades de produção no Brasil e nos Estados Unidos, para servir os mercados da América Latina e norte-americano, respetivamente.

A unidade de Faro poderá ser a "primeira base internacional" para a Europa, nomeadamente para países como Espanha, França, Itália, Inglaterra ou Alemanha, e também para o mercado asiático, acrescentou.

Os responsáveis da empresa falam de "uma visão expandida" para Faro, que passa também por uma unidade de investigação e desenvolvimento de novos modelos e experiências de realidade virtual, na Universidade do Algarve, e pela construção de uma arena de 'gaming' e simulação com capacidade para vários jogadores e a realização de campeonatos oficiais.

O próximo passo será estudar, em conjunto com os parceiros públicos, a possibilidade de aceder a fundos comunitários ou encontrar fundos de investimento interessados em investir nestes projetos.

 

Por: Lusa