O Movimento de Cidadania dos Utentes da Estrada Nacional 125 (EN125) – Sotavento anunciou ontem que vai ser recebido no parlamento, na terça-feira, para entregar uma petição pela requalificação dessa via entre Olhão e Vila Real de Santo António.

A estrutura que representa os utilizadores da EN125 na zona este do Algarve precisou que será recebida na Assembleia da República pelo vice-presidente Jorge Lacão, às 10:00, e anunciou também que será recebida no Tribunal de Contas na parte da tarde, às 16:00, num encontro que contará também com a presença de autarcas de Vila Real de Santo António e Castro Marim.

Foram os presidentes das Câmaras de Vila Real de Santo António, Conceição Cabrita, e de Castro Marim, Francisco Amaral, que pediram a reunião ao Tribunal de Contas para perceberem em que estado está esse processo e se é verdadeiro o argumento do Governo e da empresa Infraestruturas de Portugal (IP) de que os trabalhos de requalificação da EN125 no sotavento ainda carecem de visto do tribunal para arrancar, referiu o Movimento de Cidadania.

A 27 de março, as duas câmaras algarvias juntaram-se ao Movimento de Cidadania dos Utentes da Estrada Nacional 125 (EN125) - Sotavento para exigir a reparação urgente da via ao Governo e à IP, numa reunião em que concertaram posições e ficou acordado realizar, mas em data a definir, uma marcha de protesto na EN125, no troço entre Vila Nova de Cacela e Vila Real de Santo António.

O troço da EN125 entre Vila Nova de Cacela e Vila Real de Santo António passa pelos territórios dos dois concelhos e são visíveis os “sinais de degradação” que tornam, segundo o Movimento, “imperativa” a requalificação da estrada no sotavento algarvio.

A empreitada de requalificação da EN125 já iniciada pelo Governo e IP apenas incluiu trabalhos na zona do barlavento (oeste), tendo o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, remetido para o último trimestre de 2017 o início da requalificação nas zonas onde era mais urgente intervir entre Olhão e Vila Real de Santo António, assinalou o fundador do movimento, Hugo Pena, criticando o atraso.

O presidente da Câmara de Castro Marim, Francisco Amaral, disse à Lusa, após a reunião com o Movimento e a homóloga de Vila Real de Santo António, que está “farto” de que o Governo aponte a culpa do atraso no início dos trabalhos na parte sotavento da EN125 ao Tribunal de Contas e exigiu uma resposta para requalificar uma estrada com condições “do terceiro mundo”, qualificou.

Francisco Amaral disse que as Câmaras decidiram unir-se ao movimento de utentes da EN125 – Sotavento porque também estão a sentir uma “falta de respeito para com os autarcas” por parte da IP, ao enviar “uma secretária a receber os dois presidentes das câmaras algarvias, quando tinham uma reunião agendada com o presidente da empresa”.

Também a presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Conceição Cabrita, lamentou na ocasião não ter sido recebida pelo presidente da IP e anunciou que as três entidades iriam pedir novas reuniões à tutela.

 

Por: Lusa