A venda em leilão de imóveis provenientes de insolvências e penhoras está a atrair cada vez mais portugueses, que optam por comprar estes bens a pronto.

Também os estrangeiros e os fundos de investimento estão atentos a este negócio, nomeadamente quando surgem ativos de valor. Os imóveis em causa são depois muitas vezes reabilitados e colocados no mercado de compra e venda e reabilitação.

“[Os portugueses estão] a aplicar as suas poupanças em ativos imobiliários e procuram os leilões públicos para fazer esses investimentos”, numa tentativa de obter maiores rendimentos face aos que hoje os bancos oferecem, disse Carlos Gomes, presidente da LeiloSoc, ao Jornal de Notícias. “É um processo de equilíbrio. A banca fica com menos depósitos, mas recupera créditos”, acrescentou.

Segundo Armando Oliveira, vice-presidente da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução (OSAE), organismo que gere a plataforma e-leilões, o número de acessos ao site leva “a crer que se passou do especulador normal para o investidor, pessoas com uma rápida capacidade de endividamento ou fundos próprios”. 

Citado pela publicação, o responsável adiantou que o e-leilões, que está em funcionamento desde abril de 2016, tem registado um “crescimento magnífico, acima de qualquer expectativa”. “A plataforma era uma necessidade de mercado”, referiu.

Já Lídia Ramos, gestora técnica da Uon-Mediação Imobiliária, que promove leilões presenciais e online, disse que o “boom” de ativos a leilão terminou em 2011,mantendo-se atualmente no mercado mas de “forma mais moderada”.

Para Luis Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), “os leilões foram um fenómeno da altura da crise”, sendo que agora “o perfil do comprador mudou, é alguém que anda à procura de um bom negócio”. Mas o mercado de leilões “vale agora um dígito muito pequeno”, frisou, citado pelo Jornal de Notícias.

 

Por: Idealista