No Estádio Municipal de Portimão, Pires, aos 27 e 77 minutos, e Wellington (90+3) marcaram os golos dos algarvios, enquanto Ruben Micael (88) assinou o tento de 'honra' do Paços de Ferreira, que, deplois de 13 épocas consecutivas na I Liga, volta a cair para a segunda divisão.
O Paços de Ferreira estava obrigado a vencer hoje para fugir à despromoção e, tal como se previa, entrou determinado em marcar cedo, conseguindo no primeiro minuto uma oportunidade para abrir o marcador, com Luiz Phellype a falhar o alvo por muito pouco.
À maior dinâmica ofensiva do Paços de Ferreira, respondeu o Portimonense um minuto depois, com Tabata e Pires a protagonizarem um lance de perigo, com o remate a sair por cima da baliza.
A partir daqui, as equipas dividiram o domínio do jogo e só aos 17 minutos é que voltou a surgir nova ocasião de golo, desta vez para a formação de João Henriques, com Xavier, isolado, a rematar para a defesa do guarda-redes Léo.
Na fase mais equilibrada da partida, o Portimonense colocou-se em vantagem por intermédio de Pires (27), ao aproveitar uma desatenção da defesa pacense para desviar para a baliza fora do alcance do guarda-redes Rafael Defendi, golo que teve de aguardar pela confirmação do vídeoárbitro.
A segunda parte começou praticamente com uma oportunidade para o Paços de Ferreira para igualar o marcador, mas Pedrinho, isolado, fez a bola sair ao lado da baliza deserta.
João Henriques mandou então avançar a equipa à procura do resultado que lhe permitisse a manutenção na I Liga, adiantamento que deixou a equipa mais vulnerável na defesa, permitindo aos algarvios mais espaços para o contra-ataque.
E foi num desses lances que, aos 77 minutos, Pires ‘bisou’ na partida, ao apontar o segundo golo, aproveitando uma defesa incompleta de Defendi ao remate do japonês Nakajima, complicando ainda mais a tarefa do Paços de Ferreira.
No entanto, a equipa pacense não baixou os braços e Ruben Micael (88) reduziu a desvantagem, após assistência de Bruno Moreira, tento que ainda deu algum alento aos homens de João Henriques.
Contudo, Wellington (90+3) acabou com o sonho do Paços de Ferreira, ao finalizar um contra-ataque conduzido por Nakajima e Manafá, fixando o resultado em 3-1.
Declarações no final do encontro entre o Portimonense e o Paços de Ferreira (3-1), da 34.ª e última jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje no Estádio Municipal de Portimão:
Vítor Oliveira (treinador do Portimonense): “Foi um jogo que decorreu como tinhamos previsto, muito difícil, mas que com o tempo decorreu a nosso favor.
Fizemos um jogo sério para trazer a verdade desportiva para dentro do campo.
A primeira parte foi equilibrada, sem grandes oportunidades, mas acabámos por conseguir marcar e saímos para o intervalo, sabendo que na segunda parte e em desvantagem, a ansiedade iria tomar conta do Paços.
Na segunda parte, fizemos o 2-0 e tivemos outras boas ocasiões para aumentar o marcador, o que obrigava o nosso adversário a abrir mais, sabendo que se defendessemos bem e saíssemos rapidamente para o ataque, tínhamos a possibilidade de marcar mais golos.
O Paços fez o golo e, quando isso aconteceu, prevíamos que fosse acentuar o ataque à procura de mais golos, o que nos dava mais espaços para o surpreender, o que sucedeu com a marcação do terceiro golo.
Endereço daqui os parabéns ao Paços pela forma como se bateu, um clube com muitas boas condições e espero que regresse rapidamente ao convívio dos grandes.
Ainda não defini o meu futuro, mas prevejo que dentro de três a quatro dias, esteja tudo definido.”
João Henriques (treinador do Paços de Ferreira): “É um sentimento de tristeza neste momento e não há outras palavras para descrever o sentimento do balneário, depois de falharmos o único objetivo que tínhamos definido para esta partida: o de manter o Paços de Ferreira na I Liga.
Entrámos bem no jogo, criando as primeiras ocasiões de golo, nas quais poderíamos ter-nos colocado em vantagem, mas não conseguimos e, praticamente na primeira ocasião que tem, o Portimonense coloca-se na frente do marcador.
Na segunda parte, voltámos a entrar bem, o Pedrinho teve a melhor oportunidade para fazer golo e, quando arriscámos tudo, sofremos o segundo golo, tornando tudo mais complicado.
Foi um risco calculado que corremos, sabendo que tudo dependia de nós, tendo surgido o golo que ainda nos deu alguma esperança.
Considero que a nossa despromoção é injusta por tudo aquilo que fizemos, nomeadamente pelas exibições e pelo empenhamento de todos no clube.
O resultado pouco importa, pois o mais importante era manter o clube na I Liga, onde espero que regresse rapidamente.
Desejo que as lágrimas de tristeza de hoje possam ser de alegria quando o clube voltar aonde merece estar que é na I Liga.”
Por: Lusa