Conferências, workshops, exposições, interações de rua, um concerto são algumas das propostas.
Este Encontro realiza-se no auditório do Convento de Espírito Santo, e arranca no dia 18, a partir das 10h00, com a sessão de abertura por Dália Paulo, diretora municipal, Nuno Ribeiro, da ETIC, e João Serrão, chefe de Divisão de Cultura da Câmara Municipal de Loulé.
Fernando Amaro, da Universidade do Algarve, traz à discussão “A Fotografia Líquida na Era da Desmaterialização”, seguindo-se uma intervenção do fotógrafo artesanal João Barrinha sobre “A fabulosa máquina de fazer parar o tempo” e um debate com o público presente.
À tarde, a partir das 14h30, os arquitetos Vítor Mestre e Sofia Aleixo irão falar sobre a intervenção na Casa-Estúdio Carlos Relvas, na Golegã, enquanto que a técnica municipal Helga Serôdio irá mostrar aos presentes um pouco do espólio de Guerreiro Padre, emblemático fotógrafo louletano. Depois, o fotógrafo amador Frederico Mendes irá explicar o processo fotográfico de colódio húmido a partir de máquinas fotográficas artesanais.
Pelas 17h00, será apresentado o Projeto Kapta, pela técnica municipal e arqueóloga Alexandra Pires, o fotógrafo Jorge Graça e a professora Margarida Maria. Trata-se de
um projeto conjunto do Museu Municipal de Loulé e uma turma da Escola Secundária de Loulé. Partindo da coleção do Museu, o objetivo deste projeto foi sensibilizar os jovens para o conceito de Património nas suas várias vertentes. Ao valorizar a fotografia enquanto património pretendeu-se dar a conhecer alguns processos que marcaram a evolução da fotografia, bem como alguns trabalhos de pesquisa e salvaguarda que têm vindo a ser desenvolvidos nesta área. Ao longo do ano letivo tiveram lugar várias sessões de trabalho que resultaram nesta exposição. O projeto teve a colaboração do fotógrafo Jorge Graça.
Como resultado do Projeto Kapta, será inaugurada uma Exposição pelas 18h00, no CECAL – Centro de Experimentação e Criação Artística de Loulé. Esta Exposição vai estar patente ao público até 29 de junho e pode ser visitada de teça a sexta-feira, das 10h00 às 13h00, e ao sábado, das 10h00 às 16h30.
A “Noite Europeia dos Museus” será animada com o concerto noturno de M-PeX – guitarra portuguesa e música eletrónica, pelas 22h00, no Pátio da Alcaidaria do Castelo. M-PeX é um músico, compositor e produtor que tem na guitarra portuguesa o traço distintivo da sua identidade musical, posicionando-a enquanto instrumento solista em ambientes sonoros diversificados e pouco expectáveis. As suas criações ensaiam modernizar e globalizar este instrumento tradicional da cultura portuguesa, culminando numa arrojada e inovadora confluência musical.
Já na manhã de dia 19, prossegue o Encontro com uma intervenção de um dos grandes nomes da atualidade da fotografia em Portugal, José Soudo, que vai falar de Carlos Relvas no seu tempo e nos tempos de hoje. Carlos Relvas que foi um dos pioneiros da fotografia em Portugal. Ainda antes do debate final e encerramento, mais um profissional da fotografia, José Borges, irá falar dos fotógrafos “à la minuta”.
A partir das 15h00, decorrerão três workshps sobre a temática deste Encontro: Camera Obscura, pelo fotógrafo artesanal João Barrinha (Cerca do Convento), Clanotipia, pelo artista plástico Miguel Cheta (Sala Serviços Educativos), e Pinhole, pelo fotógrafo Jorge Graça (CECAL).
A inscrição no Encontro e nos workshops é gratuita mas obrigatória através do telefone 289400611 ou serviços.educativos@cm-loule.pt ou museu@cm-loule.pt. Mais informações em www.museudeloule.pt
A juntar ao programa, pela cidade decorrerão interações de rua, nomeadamente a exposição de fotografias antigas de Loulé em diversos pontos, uma sessão de fotografia “à la minuta” na Praça da República e uma camera obscura, na Cerca do Convento Espírito Santo.
Refira-se que, desde 1977, por proposta do ICOM – Conselho Internacional de Museus (organismo da UNESCO), o Dia Internacional dos Museus é celebrado anualmente a 18 de maio. O ICOM seleciona anualmente o tema do Dia Internacional dos Museus, a sua escolha é feita a partir de assuntos que estão no centro das preocupações da sociedade.
Hiperconetividade é um termo criado em 2001 para designar as múltiplas formas de comunicação dos nossos dias, tais como contacto pessoal (face-to-face), correio electrónico, mensagens instantâneas, telefone ou Internet. Esta rede global de conexões torna-se a cada dia mais complexa, diversa e integrada. No mundo hiperconectado de hoje os museus juntam-se a esta nova tendência. Esta é a razão pela qual o Conselho Internacional de Museus (ICOM) escolheu o tema “Museus hiperconectados: novas abordagens, novos públicos” para o Dia Internacional dos Museus 2018. É impossível compreender o papel dos museus sem ter em conta todas as conexões que protagonizam e possibilitam. Os museus são uma parte integrante das suas comunidades, da sua herança cultural e paisagística e do seu ambiente.
Devido à tecnologia os museus podem hoje alcançar novos públicos, para além do público tradicional, assim como conseguem encontrar novas formas de aproximação das coleções aos diferentes públicos: quer através da digitalização de coleções, como usando elementos multimédia nas exposições ou simplesmente utilizando um hashtag que permite ao visitante partilhar a sua experiência nas redes sociais.
Contudo, nem todas estas conexões se devem à tecnologia. Como os museus se esforçam por manter a sua relevância na sociedade, eles centram a sua atenção na comunidade local e nos diversos grupos que a constituem. Como resultado, estes últimos anos assistimos ao nascimento de inúmeros projetos comuns organizados por museus com a colaboração de minorias, comunidades indígenas e instituições locais. Para envolver estes novos públicos e fortalecer as suas conexões, os museus devem encontrar novas maneiras de interpretar e apresentar as suas coleções.
Por: CML/GAP /RP