O calendário de atividades desportivas municipais em Faro pode estar em risco no próximo ano letivo após o chumbo, pela oposição, de um novo concurso público para a concessão de serviços desportivos, alertou hoje a autarquia.

O executivo, liderado pela coligação PSD/CDS/MPT/PPM/PAN, apresentou na última sexta-feira, em Assembleia Municipal, uma proposta de renovação da concessão dos serviços desportivos - através do lançamento de um novo concurso público - que foi chumbada pelo PS, PCP e BE.

Em declarações à Lusa, o presidente do município, Rogério Bacalhau, disse que sem a concessão dos serviços desportivos "será muito difícil manter o nível de resposta no próximo ano letivo", havendo o risco de cancelamento de diversas atividades, nomeadamente, aulas de natação nas piscinas municipais.

"Utilizamos este modelo há cinco anos e o concurso era exatamente para garantir o que já existia, não é uma coisa nova", esclareceu, acrescentando não conhecer câmaras municipais no Algarve que consigam assegurar a totalidade destes serviços internamente.

Em causa está uma proposta de lançamento de um novo concurso público para a concessão de serviços desportivos na área da docência nos projetos Escola de Natação, Sénior Ativo e utilização livre das piscinas municipais, entre outros.

Numa primeira votação da proposta houve um empate, com 15 votos contra e 15 a favor, mas o voto de qualidade do presidente da Assembleia Municipal, o socialista Luís Graça, acabaria por decidir a votação.

Em declarações à Lusa, Luís Graça argumentou que as piscinas "não são um negócio privado" e defendeu a manutenção do atual modelo, em que a Câmara tem a gestão direta do espaço e vai contratualizando aqueles serviços com clubes e associações.

"A Câmara de Faro tem legitimidade para manter o modelo de funcionamento até hoje, mas não pode entregar a piscina a privados", sublinhou o também presidente do PS/Algarve.

O cancelamento de 103 turmas de natação, com 2.760 praticantes inscritos, a redução dos horários de abertura das piscinas e do Centro Náutico para utilização livre, atualmente com 17 mil utentes, são algumas das consequências do chumbo da proposta, enumerou a autarquia em comunicado.

Por outro lado, acrescenta, é expectável uma redução da capacidade de receber a totalidade dos alunos do primeiro ciclo no projeto escolar "Saber Nadar" (980 crianças) e o fim do projeto “Sénior Ativo”.

A autarquia diz ainda que um total de 22 funcionários ao serviço das anteriores concessões deverão ficar no desemprego.

 

Por: Lusa