Foi hoje conhecida a decisão do Governo de rever as portagens nas ex-scuts, iniciativa que tem também reflexo na A22.

Convém recordar, desde logo, o que foi prometido pelos três partidos que compõem a solução de Governo, em 2015: o PS propunha a redução de 50 % a título imediato, BE e PCP a abolição. Não foi nem uma coisa nem outra que se veio anunciar com tamanha pompa e enfáticas declarações. Foi, isso sim, uma coisa bem menor, qual seja a de reduzir entre 15 e 20 % as portagens a cobrar aos veículos de mercadorias das classes 2,3 e 4, os quais representam uma ínfima parte das viaturas em circulação, menos de 5 %. A esmagadora maioria dos utentes e potenciais utentes ficam de fora de qualquer benefício.

Por outro lado, o Governo afirma que nos territórios de baixa densidade todas as viaturas de empresas terão um desconto de 25%. Ora, no Algarve, ao contrário das outras ex-scut, a maioria dos territórios não são de baixas densidade, apenas algumas freguesias as quais representam menos de 5 % da atividade económica da região e, por isso, este regime quase não terá aplicação. Uma vez mais um regime que não cuidou de pensar no Algarve.

Em suma, a montanha pariu um ratinho. Nem palavra, nem honrada, mas sim mais uma encenação, a qual não tem cabimento quando se declara o fim da austeridade. Ainda assim, o muito poucochinho é melhor que nada, mas mais de 95 por cento dos algarvios ficam na mesma situação que estavam quando lhes prometeram outra coisa.

O PSD Algarve assinala que as condições económicas do país - se tão boas quanto se afirma - devem permitir fazer bastante mais, e hoje já não se verificam as mesmas condicionantes que levaram o Governo de 2010 a decretar as portagens e o de 2011 a aplicá-las.


A Comissão Política Distrital do PSD/Algarve