O fundador de A Companhia de Teatro do Algarve (ACTA) José Louro morreu hoje, aos 84 anos, sendo lembrado por várias instituições regionais como uma «figura ímpar do teatro» e pedagogo para “várias gerações de farenses”.

Nascido em 25 de setembro de 1933, José Luís Louro estava reformado desde 1998, segundo a biografia disponibilizada pela Universidade do Algarve, que decretou três dias de luto académico pela morte de um formador de “centenas de alunos e de profissionais e amadores de Teatro que ‘passaram pelas suas mãos’, e que continuarão a ser um testemunho vivo da sua capacidade única para lançar as sementes”.

José Louro esteve na criação do Sin-cera – Teatro da Universidade do Algarve e liderou o processo de fundação da ACTA, constituída em 1995 para iniciar atividade três anos depois.

“O percurso de vida, bem como a sua participação cívica e cultural foram um relevante testemunho que deixará em todos os que com ele conviveram, e com ele interagiram, um sentimento de tristeza que só será superado pelo legado que nos deixa”, realçou a Direção Regional de Cultura do Algarve, que lhe atribuiu o prémio Maria Veleda em 2016.

A distinção visa “destacar e reconhecer o mérito de personalidades algarvias cujo longo percurso cultural e cívico as tenha revelado como protagonistas de intervenções particularmente relevantes e inovadoras na região”.

Segundo a nota assinada pela diretora regional de Cultura do Algarve, Alexandra Gonçalves, “a ação e intervenção [de José Louro] no âmbito do ensino, mas também da juventude e do associativismo, mobilizou jovens e marcou a história do teatro no Algarve, tornando-se numa referência inquestionável da educação pela arte na região”.

José Louro, que deu aulas em escolas como a Secundária João de Deus, em Faro, e a Escola Superior de Enfermagem de Faro, foi também programador do Teatro Lethes e administrador do Teatro Municipal de Faro com o pelouro da programação.

“O Algarve presta desta forma o seu reconhecimento público a José Louro, uma grande personalidade da cultura algarvia, considerando que o seu contributo cultural e o legado que nos deixa é inquestionável”, acrescentou a Direção Regional de Cultura.

Por seu lado, a Câmara Municipal de Faro, que em 1991 lhe atribuiu uma distinção honorífica, realçou o seu “papel como pedagogo para as várias gerações farenses e o seu papel como dinamizador das artes performativas da cidade e do Algarve”.

 

Por: Lusa