A Direção Geral do Património Cultural, entidade que coordena a programação e divulgação das JEP a nível nacional, convidou as entidades públicas e privadas do país a associarem-se a estas Jornadas, organizando iniciativas neste âmbito. O desafio foi, de imediato, aceite pela autarquia de Lagos, que preparou iniciativas que se vão desenrolar entre os dias 8 e 30 de setembro.

As Jornadas Europeias do Património 2018 são, este ano, subordinadas ao tema PARTILHAR MEMÓRIAS. Reavivar continuamente a memória é fundamental para que o passado não seja esquecido, pois capacita-nos a atualizar impressões ou informações, fazendo com que a história se eternize na nossa consciência e se transmita de geração em geração. Partilhá-la entre as diferentes gerações, diferentes comunidades e diferentes países contribui para a construção de um mundo mais esclarecido, mais tolerante e melhor.

Respondendo ao desafio lançado pela Direção Geral do Património Cultural (entidade que coordena a programação e divulgação das JEP a nível nacional - 28 a 30 de setembro), para que entidades públicas e privadas do país se associassem a estas Jornadas, a Câmara Municipal de Lagos de imediato o aceitou, preparando para assinalar esta efeméride um conjunto de iniciativas, de entrada e participação gratuita, que se vão desenrolar entre os dias 8 e 30 de setembro.

F Dias 8, 15, 22 e 29 | 16H00 | Auditório do Edifício Paços do Concelho Séc. XXI

LAGOS, DA MONARQUIA À REPÚBLICA
Ciclo de Conferências

Da reconquista do Algarve e da importância das Ordens Militares (Idade Média), passando pelo período dos Descobrimentos, onde a construção naval será um dos temas abordados e do papel desempenhado pela Igreja na organização da Diocese algarvia, nomeadamente através da figura de um dos mais importantes Bispos do Algarve-D. Fernando Martins Mascarenhas (Idade Moderna) até à época contemporânea com a implantação da Republica e o papel da Maçonaria em Portugal, onde Lagos deteve a primeira Câmara Municipal Republica em pleno período Monárquico (Idade Contemporânea), os interessados terão a oportunidade de percorrer vários séculos de História cujas Conferências serão da responsabilidade de iminentes historiadores de quatro Universidades Portuguesas que, pela primeira vez, se entrecruzam em Lagos.

 

Dia 08 | O Algarve Medieval: Da insularidade à integração

Orador: Professor Doutor Luís Filipe Oliveira, Universidade do Algarve

Dia 15 | Os Descobrimentos e os estaleiros das construções navais

Orador: Professora Doutora Amélia Polónia, Universidade do Porto

Dia 22 | Lagos e a Maçonaria no Algarve

Orador: Professor Doutor António Ventura, Universidade de Lisboa

Dia 29 | D. Fernão Martins Mascarenhas. Reitor, bispo do Algarve e inquisidor geral

Orador: Professor Doutor José Pedro Paiva, Universidade de Coimbra

 

F Dia 29 | 21h00 | Centro Cultural de Lagos (Sala de Animação 2)

FOTOGRAFIAS e MEMÓRIAS das FÁBRICAS de CONSERVAS de PEIXE
Apresentação multimédia e conversa aberta

Com Francisco Castelo / Fototeca Municipal de Lagos

Com base em fotografias e outros documentos coevos pretendemos suscitar um diálogo assente na partilha de memórias sobre a indústria conserveira, e em particular sobre as fábricas existentes no contexto urbano da nossa cidade, recuperando histórias e factos dessa atividade que culminou em finais dos anos 80, mas que foi tão marcante para Lagos na primeira metade do séc. XX.

F Dia 29 ou 30 * | 6H30 | Meia Praia

ARTE XÁVEGA – MEMÓRIAS de UMA TRADIÇÃO

Assista, na Meia Praia, a uma das atividades piscatórias mais antigas em uso em Portugal, a Arte Xávega. A companha e o barco “José Fernando” lá estarão em atividade, bem cedo, a partir das 6:30 da manhã. Se não puder assistir ao lançamento da arte, poderá apreciar o alar da rede, uma tarefa braçal que reúne mais de uma vintena de “tarefeiros” que prendem os cabos da rede à cinta e lentamente a puxam para terra. A faina estará concluída por volta das 9:30, com a recolha do pescado, o arrumo da arte e o varar da embarcação.

A Arte da Xávega ou Arte Xávega tem uma extensa tradição no nosso país, mormente na costa ocidental, recenseando-se em fontes documentais a sua prática desde o séc. XV. Esta pesca artesanal terá chegado ao Algarve por volta de 1774, tendo, nos séculos seguintes, integrado uma dinâmica de complementaridade económica doméstica para pessoas de menores recursos.

Hoje, e embora continue a ser uma pesca de subsistência, particularmente no caso desta arte existente na Meia Praia, a verdadeira razão pela qual se perpetua assenta mais na recusa em abandonar uma tradição centenária tecida numa estreita relação com o mar, uma relação tão apertada como as malhas das redes que usa.

*Nota: esta atividade depende de fatores imprevisíveis, como o estado do mar, pelo que não é garantida a sua realização.

Para confirmação da sua realização contactar Helena Castaldo: helena.castaldo@cm-lagos.pt ou 282 771 723 (no dia 28, entre as 14h00 e as 17h00)