A adesão dos enfermeiros à greve de dois dias que se iniciou às 08:00, alcançou, no Algarve, 68% no Hospital de Faro, 75% no de Portimão e 87,5% no de Lagos, disse à agência Lusa fonte sindical.

As três unidades hospitalares da região pertencem ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) e apresentam valores mais baixos do que os registados, por exemplo, no Serviço de Urgência Básica (SUB) de Loulé, onde a adesão “foi de 100%”, ou a Unidade de Saúde Familiar Levante, em Vila Real de Santo António, e o Centro de Medicina de Reabilitação do Sul, em São Brás de Alportel, que alcançaram “os 90%”, quantificou Nuno Oliveira, dirigente do SEP no Algarve.

“Em termos de consultas ainda estamos à espera de recolher mais dados, mas relativamente às cirurgias, estavam programadas 13 e foram adiadas 11, só se realizando duas, o que demonstra a grande adesão à greve no bloco operatório”, afirmou a fonte do SEP Algarve.

Relativamente às “cirurgias em ambulatório, foram todas adiadas”, referiu ainda Nuno Oliveira, sem precisar o número de intervenções que estavam previstas para hoje.

“Estamos muito satisfeitos com a adesão à greve dos enfermeiros do Algarve, que lutam pela contratação de mais profissionais, porque faltam 500 na região para completar os quadros e os que estão ao serviço estão cansados devido à carga de trabalho que têm”, disse ainda o dirigente sindical, referindo-se a uma das principais reivindicações dos profissionais na região algarvia.

Nuno Oliveira considerou que a recente integração de 45 enfermeiros no CHUA “não resolveu o problema da falta de profissionais”, porque “foram todos absorvidos pelos hospitais, pelos SUB de Albufeira, Loulé e Vila Real de Santo António”, mas “continuam a faltar 500 profissionais” no Algarve.

Outra das reivindicações passa também pela “contabilização do tempo de serviço para progressão na carreira”, acrescentou Nuno Oliveira.

Os sindicatos dos enfermeiros deram início hoje a dois dias de greve nacional que visa pressionar o Governo a apresentar uma contraproposta ao diploma da carreira de enfermagem.

O SEP quer que o Governo apresente uma proposta que esteja de acordo com os compromissos inscritos no âmbito do protocolo negocial e que não esteja, segundo o sindicato, ao “arrepio dos compromissos assumidos” entre as partes.

 

Por: Lusa