Os taxistas concentrados no Algarve, contra a lei das plataformas eletrónicas de transporte de passageiros, começaram a desmobilizar cerca das 20:30 de ontem, com o presidente da Rotáxis de Faro a afirmar que «valeu a pena lutar».

“Os taxistas que estavam concentrados em Faro começaram a desmobilizar cerca das 20:30. Foi um final de dia mais ou menos feliz, porque pensávamos que estava tudo perdido quando surgiu o compromisso do PS de passar para as autarquias a regulamentação do transporte de passageiros”, afirmou Francisco José Pereira, em declarações à agência Lusa.

O presidente da Rotáxis de Faro, que foi ao longo do protesto o porta-voz dos taxistas no Algarve que se concentraram junto ao aeroporto de Faro, salientou que esta era uma das pretensões dos taxistas e que “faz mais sentido” que seja a AMAL- Comunidade Intermunicipal do Algarve a assumir o processo.

Francisco José Pereira adiantou que os taxistas do Algarve estiveram ao longo do protesto em condições difíceis, mas garantiu que “valeu a pena”.

“Estávamos em condições piores que os nossos colegas em Lisboa ou no Porto, porque estávamos na estrada, sem sombra, mas valeu a pena porque conseguimos alguma coisa. Para se conseguir algo às vezes temos de sofrer”, frisou.

O PS propôs hoje aos taxistas incluir no pacote de descentralização a possibilidade de as autarquias regularem o serviço de transporte de passageiros regular e ocasional, depois do protesto do setor em frente à Assembleia da República.

Após uma reunião com os representantes das associações de taxistas, o vice-presidente da bancada parlamentar do PS Carlos Pereira disse que a proposta dos socialistas é "uma resposta à carta apresentada" pelo setor do táxi, que defendia a intervenção do poder local.

"Não vamos fazer nenhuma alteração à lei que está em curso, que vai entrar em vigor no dia 01 de novembro [...]. Não vamos pedir nenhum pedido de inconstitucionalidade", assegurou o socialista, em declarações aos jornalistas depois do debate quinzenal, onde o primeiro-ministro, António Costa, recusou voltar a mexer na legislação que regula as plataformas eletrónicas de transporte.

Em resposta ao BE no debate quinzenal no parlamento, António Costa afirmou que, ao Governo, "cumpre-lhe executar a lei aprovada pela Assembleia da República e promulgada pelo Presidente da República".

Para quinta-feira, está marcada uma reunião com o PSD, às 09:00.

Os taxistas estiveram em protesto desde dia 19, contra a entrada em vigor, em 01 de novembro, da lei que regula as quatro plataformas eletrónicas de transporte que operam em Portugal - Uber, Taxify, Cabify e Chauffeur Privé, com concentrações em Lisboa, Porto e Faro.

 

Por: Lusa