Algarve dá primeiros passos para se tornar destino gastronómico

56,6% dos turistas culinários e enólogos são homens

39,5% são Millennials

Gastam mais do que os outros turistas culturais

Identificados 13 perfis psicoculinários

 

O Turismo Culinário e Enológico tem vindo a ganhar uma atenção redobrada por parte dos destinos de todo o mundo. A gastronomia une as pessoas! Mas quem são os turistas que percorrem o mundo em busca de uma experiência gastronómica memorável? O que os move? Para responder a estas questões, a Região de Turismo do Algarve (RTA) apresentou esta quinta-feira, dia 11, o estudo «Turismo culinário e enológico – Conhecer o mercado, as tendências, definir a cadeia de valor e estratégias de comercialização/internacionalização».

O estudo tem por intuito analisar o conceito de turismo culinário e enológico, avaliando o potencial da procura e o perfil do turista, identificando as tendências de mercado e definindo a cadeia de valor e as melhores estratégias de comercialização/internacionalização, para servir de base à elaboração de novas ofertas para a região do Algarve.

Quem é o turista culinário e enológico?

Os turistas culinários têm como principal motivação da viagem a participação em atividades de culinária, interagindo com pessoas e locais que permitam entender diferentes contextos gastronómicos e enológicos, quer do ponto de vista dos alimentos, como também na sua confeção/transformação, enaltecendo a história, tradições e os usos e costumes locais e culturais. Na era da globalização, procuram autenticidade e experiências únicas.

De acordo com a World Food Travel Association (WFTA), os turistas culinários e enológicos são predominantemente indivíduos do género masculino (56,6%), casados (48,3%), possuem formação académica (54,5%) e fazem parte da geração dos Millennials (39,5%). Com um rendimento médio elevado, gastam mais do que os outros turistas culturais, permanecendo mais tempo no destino e privilegiando hotéis. Reconhecem a gastronomia como uma forma de socialização e partilha de vivências. São turistas que viajam frequentemente, pelo menos uma vez por ano, influenciados por recomendações de amigos, familiares e publicações de social media.

Mas nem todos os turistas culinários e enológicos apresentam as mesmas preferências. A WFTA identificou 13 perfis psicoculinários com características e hábitos alimentares distintos que influenciam as suas escolhas gastronómicas e também o local onde pretendem usufruir das mesmas: alguns apreciam o consumo de comidas e bebidas familiares e procuram apartamentos turísticos onde possam preparar as suas refeições; outros são clientes de restaurantes de grandes cadeias de restauração internacionais que apresentam pratos familiares; alguns procuram novas experiências e pratos confecionados de acordo com as tradições locais; e ainda outros que preferem restaurantes gourmet, que apostam em novas tendências culinárias.

Turismo Culinário e Enológico diferencia Algarve no panorama nacional e internacional

O estudo analisou, em diversas plataformas de comercialização, a oferta de turismo culinário e enológico existente em Portugal e noutros mercados europeus. Portugal revela ainda uma oferta reduzida, tendo sido identificados apenas 37 programas de Turismo Culinário e Enológico, dos quais 9 no Algarve. No documento é também possível encontrar uma análise mais detalhada da programação oferecida nestas plataformas para Itália, França, Espanha e Grécia, destinos que apresentam uma oferta mais estruturada e diversificada. Foram também identificados os principais stakeholders nacionais e internacionais que possam dar apoio ao desenvolvimento de novos conceitos e programas, assim como à definição de posicionamento, comercialização e internacionalização de futuros programas de turismo culinário e enológico no Algarve. 

As peculiaridades da cozinha local e a riqueza dos produtos endógenos do Algarve, bem como os cenários únicos da região, serão o ponto de partida para criar programas e propostas temáticas que colocam a comida e os produtos locais no centro do desenvolvimento deste produto turístico no destino, enaltecendo a singularidade da gastronomia local para se destacar dos concorrentes.

«O Turismo Culinário e Enológico assume uma importância estratégica para o Algarve. Não só enquanto elemento de diferenciação do destino, por se tratar de um produto único de elevada qualidade, mas também pelo seu papel no esbater da sazonalidade e no desenvolvimento da economia local, preservando a cultura, os estilos de vida e as tradições do território algarvio. Esta pode ser uma boa oportunidade para revitalizarmos e diversificarmos o turismo no Algarve», afirma o presidente da RTA, João Fernandes.

O estudo «Turismo culinário e enológico – Conhecer o mercado, as tendências, definir a cadeia de valor e estratégias de comercialização/internacionalização» surge no âmbito do projeto Algarve Cooking Vacations, um programa inovador de turismo criativo que conta com o apoio do CRESCAlgarve2020/FEDER.

 

Consulte aqui o estudo completo.

 

Por: RTA